segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A CASA JOSÉ SARAMAGO



A Casa José Saramago


«El libro continuaría siendo, en este y en todos los futuros, aquello que es hoy: un comentario sin prejuicios sobre casos y gente, el discurrir de alguien que quiere echar mano al tiempo que pasa, como si dijese: 'No vayas tan deprisa, deja una señal de ti'».
9 de enero de 1994
José Saramago


"O livro continuaria a ser, neste e em todos os futuros, aquilo que é hoje: um comentário sem preconceitos sobre casos e pessoas, o discorrer de alguém que quer dar mão ao tempo que passa, como se dissesse: ' não vá tão rápido , deixe um sinal de você ' ".
9 de Janeiro de 1994
José Saramago




Casa Museo José Saramago en la Isla de Lanzarote [Canary Islands] abierta de lunes a sábados desde las 10,00 h a 14,30 h. Última visita a las 13,30h.
E-mail: acasajosesaramago@gmail.com

sábado, 18 de janeiro de 2020

RESPOSTAS







Todas as respostas
constarão do arquivo
que nos será entregue

na sua leitura
gastaremos nossa eternidade

tanto não precisaríamos ter feito
quantas dúvidas não deveriam
                     ter nos consumido
                     algumas maneiras
                     estavam certas
                     incorretas foram
                                 as escolhas

fecharemos o arquivo
como o abrimos: sem
o tempo da conquista.

(Pedro Du Bois, inédito)


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Anteriormente postado no blog do autor: http://pedrodubois.blogspot.com/

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Leia também:

- "Busca na estátua...", de Pedro Du Bois
- "Estranhamento", de Tânia Du Bois
- "Jogo Emocional", de Tânia Du Bois
- "Traços Instigantes", de Tânia Du Bois
- "As Mãos", de Tânia Du Bois

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

QUEM NOS ESCUTA?


Atravessar os dias,
vive-los não,
não por querer,
mas pela força
e, como cantava o cantor popular,
o mal que a força sempre faz.[1]

Toda recusa, caso possamos, esbarrará nas burocracias.
Há este muro paridor de muros e de outros nãos,
navio de imensidades incômodas atravessado na vida.
E nós, quando muito, a estas horas, gritando.

Quem nos escuta?


│Autor: Webston Moura│


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1. Belchior, em “Galos, Noites e Quintais”

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Leia também:

O relógio perdido


Lembrava-se, especialmente, de um relógio.
Não que, por valor de dinheiro ou similares, tivesse valia,
mas, sim, por sentimento: presente de pai.

Entre aquelas duas estações de trem, onde o perdera,
haveria de voltar e percorrer o caminho,  passo devagar,
sem, de fato, encontrar vestígio do objeto.
Deu-se a isso, anos e anos,
como um peregrino anônimo de um caminhar secreto.


│Poema da Série “Objetos Perdidos” – Autor: Webston Moura│

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Leia também:

O MAMOEIRO MORTO


Com um facão cortei o mamoeiro morto.
Saiu, abrupta, de seu caule oco, uma água,
estranha água aquela, esbranquiçada,
resto de seiva perdida,
que a terra haveria de sorver.

Eu tinha doze anos e um carneiro branco:
as coisas decadentes não cabiam em meu mundo.
Por isso, a imagem última do mamoeiro me amedrontou,
ao passo que também me comoveu não poder tomá-lo nas mãos
e sarar alguma ferida sua, trazê-lo de volta ao verde.

Estranho dizer, talvez, mas o mamoeiro, aquele, ainda que árvore,
era meu amigo, como o carneiro que, adiante, eu também perderia.



│Poema da Série “Árvores” – Autor: Webston Moura│


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ECO




Não há eco no passado
reverberações quem sabe

o som desloca ares
desmancha montanhas
sepulta histórias

arqueólogo preocupados
devassam a memória

levam ao museu
a cabalística prova
do amor sepultado.

(Pedro Du Bois, inédito)

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Poema anteriormente postado no blog do autor: https://pedrodubois.blogspot.com/

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sábado, 11 de janeiro de 2020

CORRENDO



La forza del destino - Leslie Hurry





Rápido,
você nem me viu;
nem eu, direito, a ti,
só me dei conta após.

A vida,
ou a falta dela,
é esta aspereza
com que nos damos ao gasto,
lutando em busca do pão,
correndo, correndo, correndo.

│Autor: Webston Moura│




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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CENTENÁRIO DO POETA JOÃO CABRAL DE MELO NETO



http://agenciabrasil.ebc.com.br/


Exatamente hoje, 9 de janeiro de 2020, comemora-se o centenário do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, autor de significativa obra. Reproduzo abaixo seu perfil disposto no website da Academia Brasileira de Letras – ABL, casa da qual ele fez parte.

João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade do Recife, a 6 de janeiro de 1920 e faleceu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968, tomou posse em 6 de maio de 1969. Foi recebido por José Américo.

Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmen Carneiro Leão Cabral de Melo. Parte da infância de João Cabral foi vivida em engenhos da família nos municípios de São Lourenço da Mata e de Moreno. Aos dez anos, com a família de regresso ao Recife, ingressou João Cabral no Colégio de Ponte d’Uchoa, dos Irmãos Maristas, onde permanece até concluir o curso secundário. Em 1938 freqüentou o Café Lafayette, ponto de encontro de intelectuais que residiam no Recife.

Dois anos depois a família transferiu-se para o Rio de Janeiro mas a mudança definitiva só foi realizada em fins de 1942, ano em que publicara o seu primeiro livro de poemas - "Pedra do Sono".

No Rio, depois de ter sido funcionário do DASP, inscreveu-se, em 1945, no concurso para a carreira de diplomata. Daí por diante, já enquadrado no Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países, incluindo, até mesmo, a República africana do Senegal. Em 1984 é designado para o posto de cônsul-geral na cidade do Porto (Portugal). Em 1987 volta a residir no Rio de Janeiro.

A atividade literária acompanhou-o durante todos esses anos no exterior e no Brasil, o que lhe valeu ser contemplado com numerosos prêmios, entre os quais - Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988).