O
silêncio, que é de ouro,
guardo-o
na prudência
com
que, entre homens, caminho.
Vejo-os
aflitos e sem escutas,
olhos postos
no horizonte,
esperando
a salvação
─ que
não virá de suas algaravias.
Assuntam
a obscuridade que lhes toma,
as esquinas
suspeitas, o homem surgido
de suas
entranhas, este que não lhes convém.
Disseram-nos
de um mundo futuro,
do leite
e do mel abundantes,
de
cítaras embalando albores,
de
sonhos os mais prestimosos.
E o que
temos para a ceia
são engrenagens
de tecer estapafúrdios,
solilóquios
em casas abandonadas,
iras,
choros, ressentimentos
e
uma paz de pouco linho.
Por
isso, o silêncio, que é de ouro,
guardo-o
em meu coração.
E, no
enquanto deste agora,
escuto o outono chegar.|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Araibu e Só Um Transeunte.
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