segunda-feira, 25 de março de 2024

Quantas Vezes Caímos ao Caminhar





"Quando alguém toma uma decisão na vida e assume um compromisso sincero com o caminho da sabedoria, não deve pensar que o compromisso é linear, convencional, estável ou mecânico.  Inicialmente ele só é estável no plano da alma, mas não no plano do mundo.  O peregrino errará mil vezes.  A questão não é saber se ele cairá ou não.  Ele cairá mil e duzentas vezes.  A primeira lição em Judô consiste em aprender a cair. Deve-se cair com o corpo e a alma leves, soltos, flexíveis, sem apego ao ato de cair, percebendo de imediato a forma que o erro ou queda assumiu. A partir da posição precisa da queda, e na sequência natural do tombo, o peregrino deve reerguer-se de imediato, atento aos novos movimentos do combate, capaz de localizar oportunidades positivas e pronto para cair de novo ou para derrubar de vez a ignorância que o desafia. Quando aprendemos a cair, podemos usar os obstáculos e energias contrárias a nosso favor.   Basta então tentar o melhor sempre, e ter paz-ciência. Com estas condições, somos capazes de olhar para o alto enquanto mantemos contato com o chão firme." [Carlos Cardoso Aveline, in "A Consolidação da Vitória"]

Do canal Filosofia Esotérica, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=zx6RHbwbxgE


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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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sábado, 23 de março de 2024

Revista e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis é lançada com êxito!


Da professora Olenêva Sanches Sousa
https://etnomatematicasbrasis.org/2024/03/16/revista-e-almanaque-etnomatematicas-brasis-e-lancada-com-exito/

No último 14 de março, dia do 𝛑, a comunidade EtnoMatemaTicas Brasis lançou a revista e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, com a edição temática “Onde está 𝛑?”.

A revista preza uma perspectiva conceitualmente plural de diversidade e refere conteúdos que, simultaneamente, buscam dar relevância à pluralidade e aos aspectos científicos do Programa Etnomatemática e áreas afins, promovendo diálogos e hiperligações entre o acadêmico e o não acadêmico, o olhar do pesquisador e o objeto olhado, formal e informal, textual, audiovisual, imagético…

sexta-feira, 22 de março de 2024

Vertigem



Sleep (1910) - Frances Macdonald



Enquanto dormes
o caracol refaz a encruzilhada
sob a correnteza das folhas
o leopardo fareja os antílopes
o silêncio te arranha como uma túnica de palha
os eventos passeiam sobre o teu corpo
o acaso descose os teus melhores anseios
a solidão se cumpre na tua boca.

Enquanto dormes envelheces
vertiginosamente envelheces
o mundo envelhece
o céu envelhece
os anjos mudam de nome.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 38 de "Memórias do Espantalho - poemas escolhidos", 2004, Imprensa Universitária
|Imagem: Sleep (1910) - Frances Macdonald

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Leia outros poemas do autor:



Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".


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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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Tigre




The Tiger (1890) - Richard Friese



Trama infernal de nervos e raízes.
No teu olhar de vibrações austeras
flamejam madrugadas invisíveis
relampejando ao sol de outras esferas.

Vagueias num crepúsculo impreciso
igual a um deus expulso de outras eras
que recordasse o incerto paraíso
dos ancestrais, dos homens e das feras.

Alba que espreite, pássaro que emigre
rosa que espere, treva que amanheça
tudo se curva à púrpura do tigre

e ao seu signo de fogo na cabeça.
Quando te vejo arder ao sol de Osíris
penso num deus de volta ao paraíso.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 24 de "Rosa Geométrica", 1980, copyright by Francisco Carvalho
|Imagem: The Tiger (1890) - Richard Friese

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Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".



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Viagem



Time - Wojciech Siudmak



O Tempo é um abutre
que me devora as entranhas.
Albatroz enlouquecido
que se alimenta das fúrias do mar.

O tempo me tem acorrentado
à placenta da pedra.
É um rio que deságua
na memória dos afogados.

Sou hóspede do tempo.
Ardo na fogueira dos minutos
ao sol das pálpebras das dançarinas.

Vivo do tempo e do seu ópio.
Meu reino é deste mundo e deste tempo.
Viagem ao seios das Valquírias.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 28 de "Girassóis de Barro", Edição Algadiço Novo, 1997.
|Imagem: Time - Wojciech Siudmak


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Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".


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quarta-feira, 20 de março de 2024

O Terço | "Flor de la noche"





Uma música para quem gosta de boa música. E mais não é preciso dizer.

O Terço é uma banda mineira, de rock progressivo, que fez muito sucesso nos anos 1970. Esta música é do disco "Casa Encantada" de 1976.

Escute aí! 💚

|Vídeo extraído do canal Flávio Venturini: loiyustgre7


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Jean Yves Leloup em "A Elegância do Eu"






"O homem nobre" habita como um poeta na Terra, ou seja, ele vê todas as coisas na sua intensidade, transparência e plenitude, não vive num mundo de objetos e sim num mundo de presenças, ele vê tudo o que é invisível no visível e tudo o que é visível no invisível. O visível é invisível, o invisível é visível, estes não são paradoxos fáceis, mas afirmações do mundo como teopany, revelação ou revelação (parousy).

Sem se afastar das aparências, o nobre ou poeta contempla a aparência.

É esta, a beleza que "salva" o mundo, ou seja, que o amplia, faz com que "respire largo", substitui-o no invisível, de fato a testemunha carnal do Infinito.

Se, como Dostoiévski afirma, "é a beleza que salvará o mundo", devemos perguntar-nos imediatamente "quem salvará a beleza"? Essa é a questão. Enquanto houver mulheres e homens capazes de se maravilhar e assombro, a beleza sobreviverá.

sábado, 16 de março de 2024

A Flor e a Paisagem



Blue Flowers - Grandville Redmond



Confundo a flor com a paisagem,
a luz me perturba os olhos.

Esses azuis,
simples e leves
sob a claridade,
esplendem a lembrança
              dalgum lugar
 cujo nome não me lembro.

O que agora me falta,
perdeu-se entre o descuido
                      e o sofrer,
naturalmente.

Confundo a flor com a paisagem,
mas já houve um tempo em que as distinguia
na perfeição possível de suas aparências.


|Autor: Webston Moura|

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A REDESCOBERTA DA EDUCAÇÃO




por: Lara Brenner


Por toda a minha vida, aprendi que havia 5 vogais: a, e, i, o, u.
Estava confortável com a ideia, quando soube, já adulta, que havia 12, não apenas 5. Ao ler isso pela primeira vez, achei que o livro estivesse com erro de edição, ou que aquilo fosse uma piada estranha, mas era sério.
Naquele dia, aprendi que vogais pertencem ao campo da fonologia e designam fonemas (não grafemas). Elas se referem ao som produzido sem obstrução à passagem do ar. Fiz eu mesma o teste: aaaaa, eeeee, iiiii, ooooo, uuuuu. Realmente, o ar passava livremente por meu aparelho fonador.
Mas não eram 12?
Sim, respondeu-me o livro. É que as vogais se dividem em 2 grandes grupos: as orais e as nasais. As nasais representam sons que ocorrem quando há passagem de ar pela cavidade nasal; já as orais acontecem com essa passagem apenas pela cavidade bucal.
As orais são 7 ([a], [e], [é], [i], [o], [ó], [u]) e aparecem, por exemplo, em lá, besta, café, vida, ovo (som fechado), ovos (som aberto), blusa.
As nasais são 5 ([ɐ͂], [e͂], [õ], [ĩ], [ũ]) e aparecem, por exemplo, em lã, pente, ponte, índio, um.

quinta-feira, 14 de março de 2024

O Futuro de Tudo (3)




A linguagem empobrecida, empobreceu o pensamento que com ela adquire e exprime significação, e por entre este vazio nasceu e cresceu o pasmo dos deslumbrados.

A linguagem sofreu mutações e a capacidade da sua apropriação por parte dos seres já dominados inibe que dessa metamorfoseada realidade se possam dar conta.

Há um novo tempo e há um novo espaço de plurissignificações que em si muito contém a mercadoria do mundo ilusório.

A barbárie do simulacro antecedeu tanta inverdade que os seres confundidos e anestesiados se têm mostrado incapazes do exercício do questionar.

As migalhas que se foram aceitando do poder e da intectualidade que com ele privaram e privam, constituíram a primeira prova da mansuetude cerebral dos múltiplos inquilinos dominados neste sistema.

quarta-feira, 6 de março de 2024

O Tempo



Le Temps (1975 - Aki Kuroda



O tempo,
não o colhemos com a mão,
nem lhe damos pela cor.

E em silêncio,
ele compõe e decompõe,
pintor feroz de paisagens alucinadas.

O tempo,
digo com cuidado,
é esta lâmina ácida,
a lamber e mastigar,
atravessando, devagar, a carne das coisas.

Amigo, inimigo,
presença em sempre constância,
subir e descer poeiras na música em chamas,
o tempo é uma bailarina de flamenco à beira de um penhasco.



|Autor: Webston Moura|

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