quarta-feira, 1 de março de 2017

FLAMBOYANT



As casas com sobra de terreno à frente,
a fazer as vezes de jardim, embora não,
tinham nichos de natureza.
Alegre e forte, algum pé de flamboiã,
com o vermelho ao alto, fulgindo.

Veio de Madagascar nalgum remoto dia,
de modo direto ou por viés de desviado contrabando.
Árvore acentuada de paz, especialmente assim.
Ou, se me cabe, digo deste modo como sinto,
árvore da infância, dentre outras tantas,
perpétua ternura da genuína meninice.

Nunca lhe direi “Delonix regia”, nome sisudo que é.
Encontrando-a por aí, numa rua ou noutro lugar,
apenas lhe serei amigo, sem precisar dizer palavra.
E nos entenderemos nesta linguagem particular.


│Poema da Série “Árvores” – Autor: Webston Moura│

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