É uma
goiabeira pequena, lá no fundo do quintal.
Solitária
de outras fruteiras, só de quase tudo.
Construiu
sua vida, independente das vicissitudes.
Deu
frutos comuns, sombra pouca, só o que lhe coube.
Está
findando-se, nobre e simples.
Psidium guajava, seu
nome oficial, como o de seu fruto.
Mas,
para os passarinhos, o ótimo e rápido pouso,
um
ruge-ruge suave, um entra-e-sai sob a luz mutante das horas.
Sua voz
é (convém-me ser, em minha limitação) o que meus olhos
e os
meus outros sentidos podem captar de seu silêncio arbóreo.
E bem
conversamos nesses anos todos, de inverno a inverno.
Nem nos
apercebemos da idade passando.
E cá
estamos: outra noite em que a vejo dormir
sob a lua,
uma
criança que não pude ter nos braços, mas muito direto na alma.
│Poema
da Série “Árvores” – Autor: Webston Moura│
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