sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Violeta



Barcas no Loing, efeito matinal (1904)
- Francisco Picabia



Agora que o deserto ficou maior,
                   o sol a tudo come:
as distâncias se repetem,
tudo é vasto e espaçoso.

Há um grande ócio na luz
e uma espera chorada no vento.

Nenhum nome, nenhuma palavra,
nenhuma qualquer neblina.

Uma garça, só, de azul raro,
voa de longe e desce, elegantemente, à beira do lago,
aonde nada evolui movimento, espelho suave de água quieta.

Antes, porém, uma música,
música que por muito tempo se ouviu ecoar
vinda de algum remoto lugar, mas inteira, clara e completa:
                                                                    Iolanda.




|Autor: Webston Moura|

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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