Eu acho que de vestido ou saia as mulheres ficam mais bonitas. Claro: as que já são naturalmente bonitas ou não tão feias, essas, sim, ficam. Mas não digo isso com a intenção de palpitar sobre como uma mulher deva ou não se vestir. Hoje, um palpite desses é capaz de gerar uma discussão apaixonada, com direito a algum xingamento por parte das possíveis ofendidas.
Vejo na internet imagens antigas, lá de décadas passadas do século XX. Há mulheres com roupas tipicamente femininas, todas muito elegantes, finas, ainda que algumas vistam roupas simples mesmo. Era como as pessoas viam as coisas, a partir do que consideravam certo e errado, bonito e feio, possível e impossível. Eram os padrões. Padrões que, na distância do tempo, observando especialmente fotos dos anos 1930 e 1940, a mim me dão certo prazer. Prazer em contemplar a graciosidade daquelas mulheres e suas roupas muito bonitas.
De certo modo, olhar o passado e inclusive idealizá-lo um pouco é tentar criar algo, buscando para isso outros parâmetros. Para alguns, aqueles que vivem de dedo em riste, é simplesmente fugir, de modo covarde, das lutas do presente, coisa de fracos. Mas eu não ligo para os amargos. Do que se pode nesta vida e que seja de graça, imaginar é uma dessas coisas. Usemos disso, então!
Acho que hoje não nos vestimos. No máximo, nos empacotamos. Por exemplo: estas calças terrivelmente justas que até os homens usam. Quando se tem pernas bonitas e um corpo vistoso, vá lá, mas quando se é parecido com um espantalho, aí é triste.
Voltando propriamente às mulheres e observando alguém como a da imagem que ilustra esta crônica, tenho vontade de acreditar que uma pessoa que se vestia assim havia de ter harmonia e beleza também em outros aspectos, como a maneira de falar, de reagir aos outros e por aí vai. Mas aqui me lembro que "o hábito não faz o monge", segundo se sabe. Entretanto, olhando a foto, acabo ficando com a ilusão de que faz. E já que é só uma foto, coisa sobre a que posso livremente imaginar, quero que esta mulher seja interessante, para além da roupa que veste e, especialmente, porque tem o gosto de usar tal roupa.
Num mundo marcado pela exaltação da feiura, que é o mundo em que estamos, eu acabo preferindo a imaginação, refúgio possível dado a mim e a quem deseja acessá-lo. Com a imaginação, posso dar vivas à beleza.
|Autor: Webston Moura|
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Imagem: Google Images
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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