Não chore!, dizem-nos. Isto ouvimos, aqui e ali, mas mais na infância. É como se chorar fosse uma fragilidade, uma covardia ou algo pior. Porque, como dizem os (supostamente) fortes, quem chora é o fraco. Mas choramos. Uns mais, outros menos. Com sorte, choramos, digo eu.
O choro é algo que não cabe muito na interpretação da razão. É o transbordamento de algo que não tem outra saída em nós, a não ser ir para fora, expulso em lágrimas e outros gestos.
Como nós, vemos que há animais que também choram. Ou parecem chorar. Se é assim, é porque também sentem.
Podemos ainda dizer que o choro comunica. É um meio de interagirmos uns com os outros. O choro fala. O que não fala é o sufocamento. Ou melhor: fala, mas fala porque, de algum modo, acaba explodindo.
Num mundo aonde a pressa e o excesso de tarefas nos impõem um ritmo violento; num mundo aonde as relações se mostram fraturadas e a insegurança nos corrói a base interior, resta-nos, entre outras coisas, chorar. Para que não nos petrifiquemos por dentro, tampouco alojemos em nosso interior energias que nos emperrem.
Se chorar pode ser visto como bom, antes sendo natural e necessário, rir também faz parte. Mas esse é outro assunto. Por ora, choremos! É legítimo.
Chorai!
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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