Ninguém lhe sabe a moradia, sequer se há.
Sabem-lhe
um apelido e o olhar silencioso.
Ele
sempre atravessa a rua, talvez todas,
como se
esse fosse o destino único, andejar.
É o cão sem dono, andrajo, sem eira nem
beira.
E não é
feliz, deduz-se da falta de vida que carrega.
Não
penetra o coração de ninguém,
mas talvez
não seja sua culpa.
É que foi feito para isso, dizem.
Há destes
homens, lápis que não riscam;
homens sem
assinatura de existência.
(Quem
vem lá?
Um
vulto ao vento.)
│Poema
da Série “Em Torno de Um Cão” – Autor: Webston Moura│
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