Um café e o meu silêncio.
De
saudades, entardeci.
Minha boca
pronuncia terçã,
guarda-louça,
mormaço e lisonja.
Apareço
na generosidade
da palavra
gentileza,
na sua
cortês melodia
de moça
e cozinha.
Assina-se
brandura
às almas
que ainda se põem,
entre
um fagote e um oboé,
dissipadas
de medos letais
no sempre que de comer bolachas,
devagar,
como as crianças que se perdem de si
olhando
a rua, a partir de batentes antigos
de
casas que não existem mais senão em afrescos.
As
pedras se limam, mutuamente.
Os
afetos, igualmente, contra e com.
A vida,
rio de tardanças, dá as cartilhas.
De
Monet, Bain à la Grenouillère,
imersão
a que me ponho.
Demoro-me
no que seja alegria e paz.
E, da
pintura, procuro um neologismo
para o
que sinto ─ que seria?
De
saudades, entardeci, já o disse.
E,
agora, leve-leve, pronuncio janela,
palavra aberta para a manhã.
│Autor: Webston Moura │
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