Pagarei
na mesma moeda!
Anos
depois, ainda estava lá.
Numa
velha caixa de sapatos,
a servir
de pequeno arquivo,
o
envelope delicadamente cuidado
(é meu
costume),
sem dobras,
delgado
e já não tão branco,
o selo datado
de
alguma íntima paragem
a que
me reservo não dizer.
Dentro,
de
entre três tipos de papeis,
cores distintas,
tessituras não menos,
o
cheiro, embora velho, ainda.
E, também,
todas a palavras,
frases ditas
em en-ca-de-a-men-to
perfeito
─ poder-se-ia dizer uma música
ou a
forma com que as geometrias do regular
se expõem
ao sol dos nossos olhos ─,
tudo
que num setembro ido
havido
me foi
quando
li:
pagarei
na mesma moeda!
Distinguiria,
se soubesse
a peleja,
se assim o fosse
(que teria sido?),
mas não
sei até hoje
mais
que o depois,
o que
me ficou:
o nunca
mais.
Agora,
que faço eu da vida sem você?[1]
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NOTA:
1. Primeiro verso do refrão da canção popular "Você não me ensinou a te esquecer" de Fernando Mendes (seu intérprete primeiro), a qual Caetano Veloso depois "refez" à sua maneira.
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│Autor: Webston Moura │
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