quarta-feira, 25 de maio de 2016

Aquário



Aquarium (1923) - Jindrich Styrsky




No que tem de belo,
os aquários:
pérolas flutuando.






Em câmera lenta, chega à piscina.
Para e retira o roupão branco.
O corpo ─ e não um esboço ─ surge:
um biquíni passando
por trás da pilastra
até o outro lado,
enquanto seu olhar,
em ré,
observa (o que?).

Devagar, decidida e delicada,
desce até a água chegar à altura
da cintura, um pouco mais,
um borrão, braçadas leves,
corta para o fundo
azul, azul, azul, azul, azul.

Seus olhos, melancolia feliz,
são, em avelã, o furta-cor
na timidez discreta
dos castanhos meus.

Em que língua,
com a devida musica,
cantar-se-ia aquário
senão na sua?


Autor: Webston Moura

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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