Sob a
luz da TV, letargia.
A casa,
ainda mais escassa,
recendia
a incômodos acumulados.
Lá
fora, o mundo se multiplicava
em entropias.
Desde
ontem, o gato não voltou.
Seu
canto, vazio; sua comida, intacta.
Calado,
o homem fritava ovos
enquanto
continuava a receber
estranhos
sinais de Honshu.
Por
ainda mais estranho,
sonhava,
noite a noite,
com o um
bosque perto de Oele.
Da
sala, soava:
Si
arrastré por este mundo
La
verguenza de haber sido
El
dolor de ya no ser
Bajo el
ala del sombrero.
Cuántas
veces, embozada,
Una
lágrima asomada yo no pude contener*.
São 17h.
E há uma brisa suave.
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NOTA: * Trecho de "Cuesta abajo", mais rconhecida na voz de Carlos Gardel, mas aqui cantada por Pasión Vega: https://youtu.be/
│Autor: Webston Moura │
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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