Num
sopro,
num
esquecimento,
numa
lágrima,
na
incompletude...
desejava
que o inverno trouxesse
a
primavera aos meus dias.
Uma
tarde trouxe maio no seu seio
e a
promessa de entardeceres
inquietamente
tranquilos.
O olhar
tornou-se líquido
desembaciou
a vidraça empoeirada
das
manhãs.
Ainda
que me faltem glicínias em agosto,
uma
onda no limiar da praia,
um remo
no meu barco,
uma
vela no meu moinho,
uma
fonte de cristal quando estou sedenta,
um
metro no meu caminho,
os
dedos das minhas mãos,
um
corpo nu numa noite em que ardo,
agasalho
quente no meu ninho,
uma
palavra para findar o meu poema,
uma
canção para embalar a saudade,
um
traço no teu retrato a carvão.
Ainda
assim,
mesmo
no quarto vazio da solidão,
embrulhada
no colo da tua memória presente,
contigo,
meu amor, nada me falta...
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# Poema constante de "EVOCAÇÃO
DAS ÁGUAS" (Seda Publ., 2015)
# Contatos com autora podem ser feitos através de seu perfil no Facebook [https://www.facebook.com/lilia.tavares.3] ou na página Quem Lê Sophia de Mello Breyner Andresen [https://www.facebook.com/QLSMBA]
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