O ar
cheira a plástico queimado:
revolta
pequena de algum morador.
É
manhã, mas maculada da mão que lhe suja.
Alguém
vai, alguém vem;
a rua,
sem ênfase, acontece.
Lá no
possível céu, cinza no cinza,
um
pássaro vagueia sob a dureza da luz.
Atrás de
si, acima, melhor dizendo,
a
promessa incerta de chuva.
O sol
começa seu ofício:
a barra
do horizonte,
entre
laranja e outros fugidios tons,
parece
alegrar-se, ainda que nebline.
Enquanto
se dissipa o odor acre,
permite-se
alguma flor subir seu aroma
e um
cão, já menos incomodado, ergue-se do sono
e,
descabido de cismas, lança-me um olhar.
│Autor:
Webston Moura│
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