SAUDADE

Le Printemps (1857) - Charles-François Daubigny

É tanto silêncio.

E, ainda assim, não:

em redor, a vida natural

explode, devagar, agora

                        e todo dia.

Inda hoje, anos adiante,

é floresta e rio este lugar.

Será?

A certeza é que a moça, não!

Não está mais aí cuidando da vida.

O céu, o mesmo e outro, azul e nuvem,

testemunhou, pela última vez, seu olhar.

Quando foi?

Alguém sabe?

Outras primaveras chegaram.

E outras e outras. Muitas.

Flores longe daquelas mãos.

Longe, longe, muito longe!

Saudade.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

O Deserto

Um Dia Só

Até o Júbilo Desfazer-se em Suspiros

O Preço da Passagem

Enquanto o Sisal Amadurece o Tempo

Tudo é Vão no Fragor de Todas as Guerras

Enquanto o Vento me Rumina

Ao Fim da Tarde

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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.

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