Eram
todos livres,
mas
apenas para gritar.
(E
ninguém lhes escutava).
Num
grande pátio feito para agonias,
o vazio
de saber-se só com seu grito
e o
nada-mais abundante
sob a
bandeira erguida
a
representar esta liberdade,
mas
dizendo-se voz de outra,
aquela
nunca atingida.
E, em
mínimos intervalos,
amavam aos
seus amores
ou o
que deles restou:
a
ainda, se possível, negra mulher,
que
negras eram todas sob aquele ar;
a luz
do candeeiro silhuetando o coqueiro;
a lua e
suas metamorfoses;
um cão dormindo;
o sisal.
Eram
todos livres
numa terra
livre e incompreensível.
E suas
línguas eram ditas dissolução.
│Autor: Webston Moura │
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