Vagas
são as promessas e ao longe,
muito longe,
uma estrela.
Cruel
foi sempre o seu fulgor:
sonâmbulas
cidades, ruas íngremes,
passos que
dei sem onde.
Era
esse o meu reino e era talvez essa
a voz
da própria lua.
Aí
ficou gravada a minha sede.
Aí
deixei que o fogo me beijasse
pela primeira
vez.
Agora
tenho as mãos vazias,
regresso
e sei que nada me pertence
─
nenhum gesto do céu ou da terra.
Apenas
o rumor de breves sombras
e um
nome já incerto que por mágoa
não
consigo esquecer.
│Autor: Fernando Pinto do Amaral │
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