Em
silêncio,
dependurados
no metal frio
de
gastas engrenagens,
nomes
guardados no anonimato
da indigência e do abandono,
bovinas
figuras que o Estado
e a
iniciativa privada pisam.
Não
estão a passear,
passageiros
que o são
da
rotina disciplinada a ferro,
indo ou
voltando do trabalho.
Cansaços,
medos, angústias.
Assaltos,
assédios, abusos.
Pela
janela,
veem a
cidade passar,
toda
ela sedutora e impossível,
atraente
e horrorosa,
erguida
contra qualquer sonho
que
repouse nalgum crepúsculo
acalentador
de trovas e poemas.
A um
canto mais ao fundo
alguém dorme
quase esquecido
de onde
deve saltar: despercebe o trajeto;
apaga a vida.
│Autor: Webston Moura│
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