quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O GUAXINIM








É como uma criança,

seus olhos exprimem
a dor

          e o pedido de
          socorro,
          que talvez não virá,
ou não virá a tempo.

Nas mãos,
com alegria,
o caçador
há de tomar seu corpo
e exibi-lo a seu filho,
de preferência, um menino,
para que também aprenda
a triste arte
de humilhar os pequenos
e castigar a beleza
que este mundo gratuita.



│Autor: Webston Moura│





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Khatia Buniatishvili - Beethoven: Concerto No. 1 in C Major, Op. 15: III. Rondo



 

 

│Sobre a pianista Khatia Buniatishvili, acesse:

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

CAMPANHA DIGITAL DA ANL PROMOVE UM NOVO REENCONTRO ENTRE LEITORES E LIVRARIAS



DA FANPAGE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE LIVRARIAS - ANL:

Com a temática ‘Estamos prontos para novas histórias’, ação busca promover encontros e divulgar novidades culturais ao público.

Com o objetivo de engajar o público no retorno às atividades das lojas físicas, bem como demonstrar o apoio coletivo entre livrarias, distribuidoras, editoras e livreiros, os quais estão prontos para receber novamente os leitores, seguindo os protocolos de segurança e saúde, a Associação Nacional das Livrarias (ANL) lança a campanha digital “Estamos prontos para novas histórias”.

A ação configura-se como um movimento social aberto a todos que apoiam a educação e a leitura no País. A temática reforça, ainda, o convite à escrita conjunta de um novo capítulo na sociedade. A ANL, enquanto instituição de classe, busca ser canal de integração de toda a cadeia produtiva editorial até o leitor.

Veja o material completo e baixe os arquivos. Venha contar novas histórias: https://www.anl.org.br/v1/estamos-prontos-para-novas-historias/

ESCRITORA MARIA TERESA HORTA DISTINGUIDA COM MEDALHA DO MÉRITO CULTURAL






DEU NA IMPRENSA: “Escritora Maria Teresa Horta distinguida com Medalha de Mérito Cultural”.


A ver nos espaços:


│Leia também, de Maria Teresa Horta, os poemas:


E ainda seu perfil e poemas no Portal da Literatura.

22ª Edição do Encontro Cultural Russano






Em decorrência do momento que vivenciamos, a Casa dos Amigos de Russas (CARUS) realizará as atividades do XXII Encontro Cultural Russano deste ano em novembro, observando-se os protocolos do distanciamento social e as demais precauções indispensáveis à preservação da vida. O evento tem o apoio do Campus da Universidade Federal do Ceará em Russas.

Assim sendo, constam na programação homenagens ao escritor Aírton Maranhão e atividades por meio de vídeo conferência (*), como debates e workshops, nos quais serão abordados os seguintes temas: Palestra "Campanha Destinação do Imposto de Renda", Mesa-Redonda "Tributo aos Talentos Russanos: Allan Deberton, André Araújo, Liduino Pitombeira, Claudiana Nogueira, Débora Ingrid e Márcia Oliveira"; e Workshop "Ações Estruturantes para o Desenvolvimento da Região Jaguaribana". Constam, ainda, iniciativas de incentivo à leitura com base no Projeto Ler Mais para Viver Melhor, com a distribuição de livros aos Ninhos de Livros e Biblioteca Municipal Pedro Maia Rocha, e a Ação Solidária com visita a instituições.

A Casa dos Amigos de Russas dedica a 22ª Edição do Encontro Cultural Russano ao eminente russano Aírton Maranhão (**), publicando no Correio de Russas a Série Aírton Maranhão - 70 Anos, que são artigos acadêmicos sobre a sua obra literária. Serão divulgados os trabalhos do escritor por mensagens eletrônicas, blogs, sites, entrevistas e concurso de redação, logo que os estabelecimentos de ensino retornem as atividades. Haverá uma referência ao Aírton Maranhão na Live Série Talentos de Russas, que acontecerá no dia 11 de novembro de 2020, quando serão homenagens os talentos russanos.

SOBRE O ESCRITOR

Aírton Maranhão é russano da gema, advogado, escritor, romancista e poeta. Falecido em 2015, completaria 70 Anos em 2020. É oportuno destacarmos suas obras: Deusurubu, A dança da Caipora, Os Mortos não querem volta, Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças, O hóspede das Eras, As Pétalas da Pacarrete e inúmeros artigos publicados no Portal TV Russas e Correio de Russas, abordando personagens e fatos pitorescos da nossa terra. Merece registrar que foi sócio fundador da Casa dos Amigos de Russas e membro fundador da Academia Russana de Cultura e Arte.

“O meu devotamento ao povo russano e a minha terra é manifestar, como gratidão, o pioneirismo de São Bernardo das Éguas Russas, com os fatos, os apelidos e os nomes camuflados de pseudônimos aqui consagrados, dando-lhes segurança de suas origens, como legado à cultura russana...” Texto do livro Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças, do escritor Aírton Maranhão.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Gilmar de Oliveira, O Cronista







O professor Gilmar de Oliveira, a quem conheci no final dos anos 80 e que já não mora mais em Russas, escreve crônicas. Sim, isso mesmo! E são boas. Estão num portal chamado Segunda Opinião. Aqui vai o [LINK].

Vale conferir!

O FANTASMA DE LICÂNIA (PARTE XXV)



 Clauder Arcanjo


             
            — Você não devia ter largado tudo. Tal busca, como qualquer busca humana, era aquilo que o mantinha vivo, útil. Sem ela, você ficará no vazio, ou, no máximo, no húmus do nada. Nada este, acredite, colhido na cova da terra dura, numa noite fria e longa. Onde o medo e a dor serão eles os únicos, e desleais, companheiros. Repare agora na sofreguidão dos seus passos, na tibieza de sua voz, nessa face lívida e carregada de dobras de receios. Não, não conseguirá subir ao cume de...
            — Eu nunca quis, nem quero, chegar ao topo! A planície sempre me bastou. Nela, o que há de concreto e permanente me basta; bem como o seu cabedal de dúvidas é o bastante para pesar-me nas costas. Somos humanos, e a junção desses dois bocados não pode transbordar do pote da nossa carne, há um limite no volume do espírito que os contém e retém...
            — Você, Acácio, vai acabar afundado no pântano das filosofices que você mesmo fustiga! Há fantasmas demais no real, para ainda espicaçarmos o desconhecido, o ininteligível. Munido com suas teorias racionais, como se essas bastassem para abrir e entender o que jaz em esfera outra; você, feito um louco, claudica e se espanta, sem compreender, sem decifrar. E, desta forma, o horror ainda mais o entontece e, vira e volta, o faz cair, sedento e faminto, na terra oca das ilações, das suposições. Suposições que, ao tentar parti-las em pedaços menores, a fim de estudá-las, elas se reproduzem infindamente, sem mencionar que se travestem de outras formas, como se paridas por outros tipos.
          — E o que nós somos, se não um investigador do indecifrável, do inenarrável?... As palavras são a semente do inaudito, e o inaudito provoca o verbo jamais dito. Como se decifrar e traduzir fossem o moto contínuo de viver.
          — Pare e se volte para o sol. O dia nasce, apesar de seu desespero, Acácio. Os pássaros louvam o dia, enquanto você o recebe no altar das suas aflições...


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Djam Odja", de Elida Almeida

 






Elida Almeida, cantora natural do Cabo Verde, África, nascida em Pedra do Badejo, na Ilha de Santiago.

 

Albuns:

 

·         Ora doci, Ora Margos (dezembro 2014 - lançado pela Harmonia em Cabo-Verde) 

·         Ora doci, Ora Margos (maio de 2015 - lançado pela Lusafrica no resto do mundo)

·         Kebrada (outubro 2017 - lançado pela Lusafrica)


domingo, 1 de novembro de 2020

Fantaisie-Impromptu, de Chopin



Fantaisie-Impromptu de Frédéric Chopin em dó sustenido menor, Opus póstumo 66, é uma composição para piano solo e uma de suas peças mais conhecidas. Foi composta em 1834 e dedicada a Julian Fontana, que a publicou, apesar de Chopin ter lhe pedido para não fazê-lo. [https://pt.wikipedia.org/]

No piano, Arthur Rubinstein.

Vídeo do canal ClassicalScores

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

RELÂMPAGO









Rompe-se a escuridão quando ao olhar
para uma face o mundo se ilumina
com uma claridade repentina
capaz de, só por si, fazer brilhar
.
a substância tão irregular
de tudo o que se acende na retina
e através da luz se dissemina
por entre imagens vãs, até formar
.
um fluido movimento, uma paisagem
a que estes olhos quase não reagem
salvo se nesse instante o rosto for
.
transfigurado pela fantasia.
E às vezes é só isso que anuncia
aquilo a que chamamos o amor.



│FERNANDO PINTO DO AMARAL (Relógio D'Água, 1997)
│Ilustração de © Sonja Wimmer

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

VARIA HISTÓRIA, uma revista




ex-voto, 1770/Museu Regional de São João del Rei https://www.facebook.com/variahistoria/




Como dito na abertura de seu website:

Varia Historia é uma publicação da Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, versão impressa ISSN 0104-8775, versão on line ISSN
1982-4343.

A seguir, um post de sua página (Facebook) com um link para um texto que se encontra na plataforma Scielo:

Relembre hoje o artigo “Os pretos devotos do Rosário no espaço público da paróquia, Vila Rica, nas Minas Gerais”, publicado em 2016 (vol. 32, no. 59) na Revista Varia Historia e escrito por Francisco Eduardo de Andrade, professor da Universidade Federal de Ouro Preto.

No artigo, Andrade analisa o significado do espaço público para a representação social negra a partir da “dimensão pessoal da devoção”, das “situações aflitivas do cotidiano” e da “corporação coletiva de classificação dos pretos da irmandade de Nossa Senhora do Rosário” enquanto aborda a “a espacialização das devoções negras e escravas, no enquadramento territorial das paróquias fronteiriças do termo de Vila Rica”.  Este artigo é de acesso aberto, assim como todo o conteúdo de Varia Historia, e pode ser acessado em https://bit.ly/3ivaFip

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

voto de pobreza - a mala.



Raimundo era padre, vivia em Minas.
Todos os anos vinha nos visitar.
Minha avó, sua cunhada, cozinhava doce de ameixa.
Comíamos com banana batida a garfo.
Ele me ensinou a ler e escrever cartas.
E a olhar as estrelas depois do jantar.
Era o único em que ele e o irmão, meu avô, coincidiam.
Os dois olhavam estrelas após a janta.
Todos os anos Raimundo trazia uma velha mala.
Voltava sempre com uma nova, presente familiar.
No outro ano regressava com uma mala ainda mais velha.
Raimundo morreu atropelado.
E até hoje espero religiosamente suas cartas.



│Poema de Nuno Gonçalves.
│Do blog Insensata Nau: http://insensatanau.blogspot.com/

SORTILEXIO DE TORQUES







A ti, meu amigo
que así é como te percibo.
A ti, que me pretendes
con versos bensentidos,
con rosas de namorar,
con sortilexio de torques
e viaxe de agarimo.
A ti, meu amigo,
que non me faltes, solo pido.
Que este NON que eu pronuncio
non te manque.
Que de meu lado non te afaste.
Que sexa perenne teu latido
nunca lonxe do meu camino.
A ti, benquerido,
druída,
poeta,
branco e tinto,
que apareces de improviso
e pretendes un SÍ o unísono,
cando menos eu o preciso.
Non quixera dotarte de corazón malferido.
Non quixera soterrarte no carreiro do olvido.
Minas ás, xa grandes, non precisan cautivo
se non ar libre no que voar ao meu ritmo.
Amigo, preciso.
Amante, lonxe e esquivo.
 

│PEPA ÁLVAREZ GÓMEZ , in POETAS DO REENCONTRO, Colleta de Poesía Galaico-Lusa 2019 (Punto Rojo, 2019)
│Fotografia: Looking Outside, de Kinga Cichewicz
 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Visão Historiográfica da Etnomatemática como empreendimento humanista - Ubiratan D´Ambrosio





Do canal Matemática Humanista

ENQUANTO CHOVE



Drops of Rain (1903) - Clarence White





De onde olho a chuva,
a uma distância de quase me molhar,
escutando a natureza inteira derramar-se,
paz.

Desce, devagar, o tempo,
e eu nem o percebo,
como também não percebo
a força enorme e inteira
de cada planta crescendo.

Aí esteja, penso, a vida,
inteira vida,
sem esses remendos brutos
que fazemos.



│Autor: Webston Moura│

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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