quarta-feira, 11 de outubro de 2023

ODE À ÁRVORE



The large tree (1889) - Paul Gauguin





Deusa vegetal
de copro límpido.
Madre das raízes
matriz das matrizes.
Árvore, medusa
de cabelos verdes.
Ó noiva morganática
do sonhos dos relâmpagos.
Catedral do vento
e das liturgias da paz.
Pátria dos pássaros
pórtico de ouro
do solar do crepúsculo.
Senda de murmúrios
sem segredo, de
palpitações em surdina.
Guardiã dos córregos
e dos veios da vida.
Pastora da montanha
e da fecundidade.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 20 de "Galope de Pégaso", 1994, copyright by Francisco Carvalho
|Imagem: The large tree (1889) - Paul Gauguin
|Leia também deste autor: "Minibiografia" e "Lições de Eternidade"



Francisco Carvalho
[Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".


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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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LIÇÕES DE ETERNIDADE



Untitled - Grace Pailthorpe





Rãs de papos amarelos
mastigam coisas e insetos
entre amplexos e reflexos.

Comem os ovos dos astros
dançam de pernas abertas
sobre folhagens aquáticas.

Na água desenham círculos.
Seus movimentos parecem
certos brinquedos de acrílico.

Algumas vezes, algumas
de repente se enamoram
pelos olhos dos cardumes.

Pensam que a lua é uma esfera
habitada pelas rãs
desde o começo das eras.

Sob o veludo da noite
as rãs e seus namorados
dão lições de eternidade.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 20 de "Corvos de Alumínio", 2007, copyright by Francisco Carvalho
|Imagem: Untitled - Grace Pailthorpe
|Leia também deste autor: "Minibiografia"




Francisco Carvalho
[Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".



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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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terça-feira, 10 de outubro de 2023

MINIBIOGRAFIA



Untitled (1966) - Philip Guston



Não sou moderno
também não sou antigo.
Sou o mendigo que trapaceia
por trás do postigo.

Sou o que penso
e jamais o que digo.
Aprendo nas ruas
que o inferno é estar vivo.

Melhor morrer no asfalto
do que ter inimigo
ter um barraco na favela
do que ter um jazigo
com versos de Petrarca no
mármore antigo.

Às vezes trago
metáforas de trigo.
Meus versos não servem para nada.
Ser poeta é como ter
o corpo vitimado pelo vitiligo.


|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 15 de "A Concha e o Rumor", 2000, copyright by Francisco Carvalho
|Imagem: Untitled (1966) - Philip Guston



Francisco Carvalho
[Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".



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Webston Moura
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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

NÉVOA DA MANHÃ



Morning Mist (1986) - Eyind Earle



Névoa da manhã,
início do dia,
lugar vazio
onde a luz é criança.

Percorro a rua:
um cão, só, atravessa
e some, parece faminto.
Um velho, de bicicleta, arrasta
sua respiração sobre o asfalto,
falta-lhe a força para mais precisão.

Garças voam,
o céu é alto,
o sol inda é parco.

O orvalho,
seus restos,
sustenta,
ainda,
a noite
ida.



|Autor: Webston Moura|


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Leia outros poemas do autor:




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domingo, 24 de setembro de 2023

Heide Hackmann: Conhecimento unificado

Organizações de ciências naturais e sociais se reúnem em conselho internacional para fomentar pesquisas transdisciplinares


Hackmann: intenção de ampliar a articulação entre
a produção científica e a elaboração de políticas públicas
Léo Ramos Chaves


|Matéria de Christina Serra, edição de 280 - junho de 2019|

Criado em julho de 2018, o International Science Council (ISC) é uma organização não governamental com sede em Paris, na França, que nasceu da fusão entre um conselho voltado às ciências naturais, o International Council for Science (ICSU), e outro dedicado às ciências sociais, o International Social Science Council (ISSC). Em entrevista à Pesquisa FAPESP, a CEO do ISC, a sul-africana Heide Hackmann, doutora em ciência e tecnologia pela Universidade de Twente, na Holanda, conta que a união das organizações visa fomentar pesquisas transdisciplinares em áreas como desenvolvimento sustentável e tecnologias digitais, além de ampliar a articulação entre o conhecimento científico e a formulação de políticas públicas. Hackmann esteve em São Paulo em maio para participar da reunião do Global Research Council (GRC), um encontro anual de agências de fomento de todo o mundo.

Por que os dois conselhos se fundiram?
O ICSU existia desde 1931. O ISSC, desde 1952. Ao unir as culturas das ciências naturais e sociais, o novo conselho pretende incentivar a busca por soluções integradas e inovadoras para desafios globais. Também queremos atuar como porta-voz da ciência no mundo. Representamos cerca de 40 associações científicas internacionais, além de 140 organizações nacionais, incluindo sindicatos, conselhos acadêmicos e de pesquisa. No Brasil, a Academia Brasileira de Ciências [ABC] e a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais [Anpocs] fazem parte da nossa rede. A socióloga política Elisa Reis, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é vice-presidente do conselho.

sábado, 23 de setembro de 2023

Formigas com nomes de mulheres


Formiga operária do gênero Hylomyrma cuidando de prole

Philipp Hönle / AntWiki


“Tomei muita coisa das formigas quando era pequena, e agora, que eu queria tanto poder revê-las, não encontro uma”, escreveu Clarice Lispector (1920-1977) em uma crônica no Jornal do Brasil em 4 de março de 1970. Agora, dois biólogos da Universidade de São Paulo (USP) nomearam uma formiga em sua homenagem, Hylomyrma lispectorae. Em um estudo de 136 páginas, Mônica Ulysséa e Carlos Brandão fizeram uma revisão taxonômica do gênero Hylomyrma, grupo de formigas encontradas do México à Argentina, e ampliaram para 30 o número de espécies ao descreverem 14 novas, entre elas H. lispectorae, a partir de um exemplar coletado no Equador (Zootaxa, outubro). Outras mulheres homenageadas foram a guerreira negra Dandara dos Palmares (?-1694); a vereadora Marielle Franco (1979-2018); a jogadora de futebol Miraildes Maciel Mota, mais conhecida como Formiga; e a poeta boliviana Adela Zamudio (1854-1928).

Este texto foi originalmente publicado por pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.




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domingo, 17 de setembro de 2023

A CAMISA








Em valor,
menos que o relógio,
mas não menos importante:
uma camisa a que se tem afeição,
por se tratar, por exemplo,
daquela presenteada por pessoa querida.
Mas, não apenas: em si, objeto bonito,
ao menos aos olhos de quem a possui.

Entre a pressa dos dias
e o esquecimento dos detalhes,
                                           sumiu.

Não foi roubo,
nem extravio parece ter sido.

Então, o quê?

Só a pergunta diante do fato.

Sumiu!




|Imagem - Créditos: LEOcrafts, via Google Images|



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terça-feira, 12 de setembro de 2023

Reza



Sati (1943) - Nandalal Bose




Reza, e lhe é tudo.
Aparta-se deste mundo,
que é decadência da carne,
e anseia - busca mesmo -
o que está além, passo a passo.

Aos outros, o que lhes parece?
Alguém que foge de deleites - e só.
Não entendem.
julgam.

Reza, e lhe é fogo,
único fogo,
o que lhe resta,
além de todas a cinzas
que os dias tornam
a ser.

Aos outros, o que lhes parece?
Loucura. E só.
Não enxergam.
Apedrejam.



|Autor: Webston Moura|


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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Autorretrato



Double Self-Portrait (1985) - Ilka Gedo





Autorretrato,
rosto impossível
na luz embriagada.

Borrão,
quase-desenho,
cor em delírio.

Em que tempo
o sorriso se perdeu?
Onde encontrá-lo?

Na confusão de verdes
e azuis, de traços e
areia, o que se divisa
                     como Tu,
a pessoa que sempre disseste
conhecer?

E esse fantasma
atado a teu pé,
que função tem?


|Autor: Webston Moura|


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OFICINA


Workshop (1915) - Wyndham Lewis




Aonde se endireita
o vento      errante,
o cavalo    sumido,
a conversa   vazia,
a mão       bêbeda.

Aonde se cala
             a boca
             insidiosa,
se lava o rosto
  desalinhado,
se arruma o olho
                    triste
                    e o passo
em falso.

Aonde se procura
lógica e pão,
cor contra o escuro,
antídoto ao não.

Aonde se elabora a régua
e a flor.


|Autor: Webston Moura|


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