quarta-feira, 15 de novembro de 2023

RUMI - Te Direi em Segredo - Roberto Crema e Marcus Viana





"Te direi em Segredo", de Rumi, é mais um vídeo feito sobre os poemas recitados por Roberto Crema e musicado por Marcus Viana.

Além de Rumi, estão também presentes as poesias de Khayam, Kabir, Fernando Pessoa, Confúcio e o próprio Crema neste primeiro volume que acompanha o livro cd, Mensagens do Deserto...

Rumi é considerado um dos maiores poetas místicos de todos os tempos; sua poesia foi traduzida para quase todas as línguas do planeta e está presente no coração de milhões de pessoas...Música composta e executada por Marcus Viana na leitura interpretativa do grande mestre do pensamento holístico brasileiro Roberto Crema.

Website de Roberto Crema: https://robertocrema.com.br/
Website de Marcus Viana: https://marcusviana.com.br/

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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terça-feira, 14 de novembro de 2023



Untitled - Zdzislaw Beksinski




O que sorri,
ainda existe,
para, depois,
ir-se ao pó.

A pessoa,
o carrapicho,
a branda noite,
o coração do poço.

Rígel,
brilhando poderosa
na constelação de Órion,
há de apagar-se, um dia,
consumidos o seu tempo
e sua magnífica beleza
       de grandioso azul.

A vaidade que nos consome
                  o labor e o desejo,
                                       idem.

A alegria,
o tédio,
o projeto,
a libido,
o poder,
tudo em passagem
no mistério da jornada:
pó.





|Autor: Webston Moura|


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Nota: Sobre Rígel, uma superestrela, visite a página da NASA: https://science.nasa.gov/resource/help-from-orion/


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, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

ROMANCE



Green Lovers (1915) - Marc Chagall




Enamora-se da lua,
seu azul atraente
sobre a brisa do aberto.

Enquanto nada erra
em seu dia, vive um riso
                             interno,
como se tudo no mundo
estivesse dando certo.

Para todos.

Enamora-se da
que outrora ouvia
e que, agora, retorna
tal a um sopro necessário
em sua vida de luta.

Enamora-se da lua
e de tudo o que não lembra
a contagem do tempo.



|Autor: Webston Moura|


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Leia outros poemas do autor:




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, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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Ode à Cachoeira



Existem cidades que são somente cidades

Lugares onde as pessoas vivem
Outras cidades são prólogos, prefácios, pequenos pressentimentos
Existem cidades que são somente lugares
Onde as pessoas vêm e vão
Como as algas marinhas
Ao sabor das marés
Outras são como oráculos encravados à flor da terra
Nos recordando quem somos, de onde viemos e para onde vamos
Existem cidades que são feitas de fogo e água
Nelas não habita o acaso
As esquinas gritam e sussurram a depender de coisas que nos escapam
Existem cidades que são somente cidades
Onde os sonâmbulos caminham
Outras acendem escuros e abrem túneis debaixo da crosta do corpo
Existem cidades que são só passagem
Outras são ancoradouro de rios e galáxias
Existem cidades onde tudo é espera
Lugares onde tudo que acontece recorda a presença do Nada
Outras são todas elas presságio
Reminiscências do mistério que nos acompanha desde o berço
E memória profunda da morte que nos aguarda.

nuno g.
Toróró, 12 de novembro de 2023.


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Webston Moura
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domingo, 12 de novembro de 2023

COISA








Coisa,
o que se usa,
          diz-se:
algo inanimado.

Mas, se tudo
é feito de energia
         (uma alma),
   coisa é também
                       vida,
diga-se:
natureza outra
além do biológico.

As estrelas,
na noite escura,
estão vivas.
            A pedra,
o vento em redor,
 o sol e os outros
                    fogos,
os rios, o oxigênio,
Saturno e seus anéis,
                    tudo está
vivo!

Coisa fica sendo,
então,
uma nossa falha de
               percepção,
uma limitação   ou,
e isto não é bom,
      uma escolha.



|Autor: Webston Moura|



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sábado, 11 de novembro de 2023

MILAGRE



Tender Drops (2015) - Lana Kanyo




Água,
suas sílabas
se evaporando
sob o sol.

Até restar o cinza do não.

O passarinho,
sedento,
cata o que pode.

Dentre a folhagem,
os insetos se misturam
                          às gotas,
devagar,
                vidas mínimas
                em seu labor invisível.

A nuvem,
coalho-casulo,
             cresce,
recebendo o vapor,
até pesar e cair
      tempestade
sobre a cidade.

Molhada,
uma criança corre
pelas ruas;
seu cão a segue.



|Poema da Série "Por Ocasião da Chuva" - Autor: Webston Moura|


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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

ESTRANHOS PASSAGEIROS



Three passengers and two birds (1993) - Alfred Fred Krupa





Pego a imagem na rua:
passantes comuns
buscam seus destinos.

Estamos em silêncio,
eu e eles,
agora.

Não me olham,
cuidado que se tem
quando se vai ou vem
(ou pudor/medo
de incorrer em indiscrição).

Estranhos passageiros do mesmo tempo,
não nos tocamos, sequer nos falamos,
absortos em nossas intricadas vidas.

Penso no futuro,
o meu e o deles,
se mais para frente
ou se nem tanto.

Um carro de som vira a esquina
e anuncia, aos berros, a maquinaria nervosa
das vendas imperdíveis a que devemos louvar.

Distraio-me da reflexão existencial
e me vejo, novamente, engolido
pelo caos da urbe elétrica em que
                         supostamente vivo.




|Poema da Série "Tempo e Vida" - Autor: Webston Moura|




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TOPÁZIO AMARELO






Topázio,
a palavra,
soa-me bem,
como aquamarina
ou indonésia,
             maçã,
nó.

Topázio amarelo,
expressão e imagem,
soa-me bem,
como coisa
que acalma,
organiza,
desanuvia.

Em nossa boca
as palavras nascem
e, com o tempo,
ganham ferrugem,
adquirem durezas,
intolerâncias.
         Até que,
         com esforço,
         possamos renová-las
         e, deste modo,
         fazê-las crianças,
         recriando a vida.

Topázio,
sânscrito,
caramelo,
roda gigante,
ameixa:
              nomes e coisas,
              dança.




|Poema da Série "Palavra" - Autor: Webston Moura|



|Imagem: stocke.adobe.com


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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

BLANDÍCIA



The Calma Sea (1869) - Gustave Coubert




Bonança,
a vida sugerida
neste horizonte.

O vento é seu canto.

Sobre a pele
o que não prende,
               nem fere,
nem pronuncia não!

Ouve-se sereias,
uns chegam a dizer.
Mas, a bem da verdade,
é apenas sonho de poeta
                 e de navegante

De todo modo,
calmo mar,
azul de origem
dalgum lugar bendito,
                   cá estamos
                   sem horas,
                 sem aflição,
                 sem armas,
sem posses.




|Poema da Série "Mar" - Autor: Webston Moura|


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