Pego a imagem na rua:
passantes comuns
buscam seus destinos.
Estamos em silêncio,
eu e eles,
agora.
Não me olham,
cuidado que se tem
quando se vai ou vem
(ou pudor/medo
de incorrer em indiscrição).
Estranhos passageiros do mesmo tempo,
não nos tocamos, sequer nos falamos,
absortos em nossas intricadas vidas.
Penso no futuro,
o meu e o deles,
se mais para frente
ou se nem tanto.
Um carro de som vira a esquina
e anuncia, aos berros, a maquinaria nervosa
das vendas imperdíveis a que devemos louvar.
Distraio-me da reflexão existencial
e me vejo, novamente, engolido
pelo caos da urbe elétrica em que
supostamente vivo.
|Poema da Série "Tempo e Vida" - Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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