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sexta-feira, 29 de julho de 2022
sexta-feira, 15 de julho de 2022
Como nossos filhos

Reprodução da tela Tocaia (2014), de Carmézia Emiliano. Óleo sobre tela, 80 × 80 cm, acervo Augusto Luitgards
A cor dos olhos, cabelos e pele dos primeiros habitantes das Américas, que aqui chegaram milhares de anos antes do desembarque de Cristóvão Colombo, no final do século XV, provavelmente seguia o padrão observado nas populações indígenas contemporâneas do continente. A conclusão é de um estudo coordenado por pesquisadores brasileiros, cujos resultados foram divulgados em um artigo científico em junho na revista Forensic Science International: Genetics. A maioria dos membros desses povos nativos das Américas teria olhos castanhos, cabelos pretos e pele morena, de acordo com o trabalho, que analisou material genético de sete indivíduos que viveram entre 11 mil e pouco mais de 500 anos atrás.
A investigação usou oito ferramentas da genética forense para predizer as características físicas visíveis (fenótipos) associadas à pigmentação dos nativos americanos ancestrais e comparou os resultados com a população atual de indígenas do continente. Os dois principais métodos empregados foram HlrisPlex-S e Snipper, que apresentam índices de acerto entre 70% e 90% quando utilizados para determinar a cor da pele, do cabelo e dos olhos em populações atuais de origem europeia. No estudo, foram analisados inicialmente dados de 27 indígenas contemporâneos e de 20 da época pré-colonial. O genoma desses indivíduos foi sequenciado e tornado de domínio público por outros projetos científicos. Do grupo dos indígenas ancestrais, no entanto, apenas sete forneceram informações genéticas com qualidade suficiente para embasar a predição de fenótipos: as amostras de sítios arqueológicos da Groenlândia, estado norte-americano de Nevada (três indivíduos), Argentina, Chile e da região mineira de Lagoa Santa (uma ossada de 10 mil anos).
segunda-feira, 27 de junho de 2022
Poema de Emily Dickinson
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A compreensão do néctar
Requer severa sede.
Ninguém da Hoste ignara
Que hoje desfila em Glória
pode entender a clara
Derrota da Vitória.
Como esse — moribundo —
Em cujo ouvido o escasso
Eco oco do triunfo
Passa como um fracasso!
terça-feira, 21 de junho de 2022
O mistério de uma nau portuguesa
quinta-feira, 5 de maio de 2022
BENIGNO VAZIO
domingo, 20 de fevereiro de 2022
O DIA DE DESCANSO
e era domingo.
fica como o jardim do paraíso,
abertos os portões e nenhum deus.
Tudo inocência
entre verdura e saibro e cavalinhos
cabalisticamente numerados
até sete.
e era Domingo
e não havia o anjo com a espada de fogo.
cuidasse o guardião:
rasteiros os arbustos sem sítio de maçã
e esta filha tinha só três anos.
O anjo era meu só,
velha dez vezes mais e proibida
por regras de baloiço.
Mesmo dez vezes mais, voei, e tudo ausente.
Entre palmas e risos,
o anjo, o fogo, a espada, tudo ausente,
e o céu: só céu azul e limpo.
Levou-me a minha filha ao parque
e era Domingo,
o dia de descanso do anjo distraído
de expulsar e distraídos
os portões abertos.
* ANA LUÍSA AMARAL, in MAGENS, (Campo das Letras, 2000); in INVERSOS, Poesia 1990-2010 (D. Quixote, 2010)