Vem o
poeta e suas flores demoradas.
De
dentro desta máquina de dias,
lembra-nos
da moça sem nome.
Coloca esta
moça no meio do nosso equilíbrio.
Aí, já
nos nascem cais e tons de sépia,
a justeza
das calçadas observadas em abril,
o
reflexo na vidraça: o copo,
frágil,
no ar,
frágil,
no ar,
caindo.
Vem o
poeta e nos propõe irmos à praia,
ao que
lhe respondemos estamos muito ocupados
com as
junturas que a sobrevivência nos impõe fazer.
É que
somos o livro inutilizado pelo gosto da rotina
e também não sabemos habitar flores demoradas.
Nosso
tempo é dado em dinheiro, que compra a vida.
O reflexo na vidraça, o copo, frágil, no ar, caindo, não!
E nenhuma
moça nos embala nesta máquina de dias.
│Autor: Webston Moura │
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