sábado, 24 de dezembro de 2016

SOBRE NOSSAS INABALÁVEIS CONVICÇÕES

Amanhã, bem amanhã,
ainda estando aqui,
perguntaremos sobre hoje.

Nossos olhos,
que o tempo terá temperado,
o que nos dirão senão de um profundo arrefecimento?

O presente,
por doer-nos tão enorme,
parece inacabável e sólido,
                          quando não:
     matéria perecível que é,
é-nos fruto derretendo-se ao calor da fome.
          Mas que seja fome para uma refeição,
                                        não para um engano.

Não carecemos do amanhã já pronto,
para sabermos, em olhos claros, o dia que se opera agora.



│Autor: Webston Moura
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