Amanhã,
bem amanhã,
ainda estando
aqui,
perguntaremos
sobre hoje.
Nossos
olhos,
que o
tempo terá temperado,
o que
nos dirão senão de um profundo arrefecimento?
O
presente,
por doer-nos
tão enorme,
parece
inacabável e sólido,
quando não:
matéria perecível que é,
é-nos fruto
derretendo-se ao calor da fome.
Mas que
seja fome para uma refeição,
não para um engano.
Não carecemos do amanhã já pronto,
para sabermos, em olhos claros, o dia que se opera agora.
│Autor: Webston Moura │
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