De bem,
os homens,
aparentemente
limpos,
de terno,
gravata e sapatos,
no
ar-refrigerado máximo,
à sombra
de dias plenos,
discursam,
sérios e eloquentes,
gesticulam,
aparteiam-se, cutucam-se
─ e
nos traem!
De bem,
os homens
nos
apresentam esposas,
filhos,
amigos, agregados,
tradição
e honra.
Frequentam
igrejas,
admoestam,
instruem,
insinuam
comoções,
agarram-se
à bandeira
e aos
bons costumes
─ e nos pisam.
De bem,
os homens,
à direita
ou à esquerda,
desejam
empreender um país
em que
sejamos melhores,
sorridentes,
diligentes, criativos,
pacíficos,
contentes, superiores
─ e nos cospem.
De bem,
os homens,
cavalheiros
do tempo-hoje,
em toda
a santidade
de condutas
ilibadas
(V.Exª me respeite,
que aqui nesta casa....),
andam
sobremodo a nos amar,
amantes
que o são da pátria e do povo
─ e
nos matam, devagar, bem devagar.
│Autor: Webston Moura
____________________│
____________________│
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caso queira, comente!