Guardo o relógio desde que aqui vim morar.
Curioso
tê-lo encontrado dentro de uma das paredes.
A
caixa de madeira, um entalhe com as iniciais ST na tampa.
Objeto
antigo, mas nem tanto, ainda funciona.
Não
quis tentar devolvê-lo, reconheço.
Talvez,
acredito, para ter um mistério e não um roubo.
Depois
de doze anos, continuo a perguntar sobre.
Inventei,
para meu próprio gozo, possibilidades.
Mas
nunca fui mais adiante em qualquer investigação.
Este
relógio é o meu segredo obscuro,
aquela
dose de fantasia a que imaginativas pessoas se dedicam.
Fora
de toda previsibilidade, é a circunstância que não dirijo.
Caso
casual, apesar dos doze anos, marca as horas em que aconteço fora do mundo.
E eu sempre hei de viajar.
│Poema
da Série “Incidentes” – Autor: Webston Moura│
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