Sempre
que o céu se nubla,
lembro-me
dos céus da infância,
aqueles
infinitos horizontes
e a
vertigem de antes de cair as águas.
Devagar ou rápida, vinha a chuva,
o mundo
inteiro ficava úmido,
uma
inteira posse de águas em toda parte.
Depois,
a míngua dos fios d’água ao pé das calçadas,
o ar
limpo, o retorno dos citadinos à rotina,
a vida
lavada, a leveza com que se supunha a vindoura noite.
Diria
alguém ser isto natural, ontem ou hoje,
como
quem toma por banal o que a vida naturalmente repete
─
chuvas, crepúsculos, um broto de carnaubeira.
A cada
chuva, porém, repetição que o seja,
reinicia-se
alguma infância no coração do homem,
que,
comum ou não, saberá sentir,
se
acordado para mais, se criança ainda.
Nada há
na vida que, sendo beleza, não seja uma forma de milagre.
Diante
da chuva, gratuidade da vida, meu coração é bastante,
não
sofre senão uma alegria íntima, muito íntima, quase secreta.
│Poema
da Série "Por Ocasião da Chuva" – Autor: Webston Moura│
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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Bravo! Caro Webston, exclente. Abraços.
ResponderExcluirGrato, Pedro! Abraços!
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