Tumulto é o nome do
mundo.
Vê que já não mais
podemos
― corpos exaustos,
exangue voz ―
supor esperanças sobre
esta pedra.
E gritamos!
Na noite escura, tiros.
Mesmo o poema, suposta
luz
em que à força de palavra-gérbera
se põe a fecundar alguma
graça,
não pode contra o furor;
nada pode erguer senão
braços enfermos
de nonsense e deslavra, ídolos de areia.
É findo o último azul.
E, ao fim da tarde,
depois de um dia-igual,
insolente e louca,
canta uma ave negra o seu
negro canto,
arame estendido na eletricidade.
Eis a nossa casa, soez
paragem
que se abarrota de
notícia e caos.
Nela, estamos juntos,
embora sós.
E gritamos!
E gritamos!
│Autor: Webston Moura │
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