Sou do
sertão, mas cresci na cidade.
Fui me
sabendo por carnaúbas,
mas também
por Olho Vivo e Faro Fino.
Sou a
fronteira que atravessou os rios do tempo
e que,
depois de todos os reveses,
deseja
apenas paz.
E sei
que paz não é um apenas.
Não tenho vergonha de ser nostálgico.
Não me
incomodam os “críticos”
(Vestidos
de latim ou de molotov,
não sabem
sentir à altura de nenhuma alma).
Sou do
sertão, mas cresci na cidade
(Cidade
do interior).
Lembro-me
dos parques de diversão.
Nas
radiadoras, ouvia-se:
“Esta é
a última canção que eu faço pra você”.
E as
mocinhas paqueravam, leves e risonhas.
E os
rapazes, igualmente vestidos de simplicidade
e inocência.
(Eu era feliz e não sabia)
Sou de um mundo que morreu,
(Eu era feliz e não sabia)
Sou de um mundo que morreu,
quer dizer,
minha alma mais criança
o sabe,
o sente e o vive, só ela.
E, se
tudo for ilusão,
quero as
mais bonitas, sempre!
Ao meu redor, dizem que progredimos.
Mas desconfio da propaganda.
Aprendi isso com Olho Vivo e Faro Fino.
O que melhor sei, sei de cor,
ou seja, de coração.
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│Autor: Webston Moura│
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