Autorretrato

Double Self-Portrait (1985) - Ilka Gedo

Autorretrato,

rosto impossível

na luz embriagada.

Borrão,

quase-desenho,

cor em delírio.

Em que tempo

o sorriso se perdeu?

Onde encontrá-lo?

Na confusão de verdes

e azuis, de traços e

areia, o que se divisa

                     como Tu,

a pessoa que sempre disseste

conhecer?

E esse fantasma

atado a teu pé,

que função tem?

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

Oficina

Misteriosamente

Numa Língua sem Vícios

Chuva em Yabakei

Ciganos

Incógnita

Inocente

Cinco Peras

Os Restos de Uma Manhã

Esses Dias de Calor

Lugares de Ser

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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.

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OFICINA

Workshop (1915) - Wyndham Lewis

Aonde se endireita

o vento      errante,

o cavalo    sumido,

a conversa   vazia,

a mão       bêbeda.

Aonde se cala

             a boca

             insidiosa,

se lava o rosto

  desalinhado,

se arruma o olho

                    triste

                    e o passo

em falso.

Aonde se procura

lógica e pão,

cor contra o escuro,

antídoto ao não.

Aonde se elabora a régua

e a flor.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

Fim de Semana

O Deserto

Bella

A Teu Coração

A Onda

Imaginar Azuis

Ao Fim da Tarde

Este Que Te Encontra

Cadeado

Canção ao Vento

Diante de Teus Olhos

Só Um Transeunte

Deleite de Bem Existir

Saudade

Quem Vai Prestar Atenção aos Seus Sonhos

Neste Sábado de Cinzas

O Pássaro Sem Nome

Vinho Branco

Sons de Um Calendário Perdido

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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.

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O DESPRESTÍGIO DA MORAL NA SOCIEDADE DA DESCONFIANÇA

"O que alguns chamam de “erosão do paradigma da moralidade” é a deterioração progressiva da formação moral de tal maneira, que se existe alguma chance de cercearmos a conduta indigna, é através da repressão externa. Na moral e na consciência, as chances diminuíram demais.

Este é um trecho da palestra “A Ética e o Lucro” - um bônus exclusivo para os alunos e alunas do curso Estante do Clóvis."

|Do Canal REVISTA INSPIRE-C: https://www.youtube.com/watch?v=xbqhj-uUgaM

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O Poeta do Castelo - Manuel Bandeira

"Versos de Manuel Bandeira, lidos pelo poeta, acompanham e transfiguram os gestos banais de sua rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio; a modéstia do seu lar, a solidão, o encontro provocado por um telefonema, o passeio matinal pelas ruas de seu bairro.

Sinopse

"Há seis anos atrás, cercado de refletores, cabos, trilhos e uma equipe de filmagem que se mexia nervosamente em seu pequeno apartamento, Manuel Bandeira descobriu que era um bom ator”, escreveu Joaquim Pedro de Andrade para o Suplemento Literário do Diário de Notícias, em 17 de abril de 1966. O diretor filma o padrinho e amigo Manuel Bandeira em seu cotidiano. Lidos pelo poeta, seus versos acompanham e ressignificam os gestos banais de sua rotina no pequeno apartamento em que vivia no centro do Rio. No mesmo texto, o diretor diz ainda: “Se eu pudesse hoje fazer outro filme sobre Manuel Bandeira, não lhe pediria, como fiz antes, para que representasse o seu personagem diante da câmera como se ela não existisse. A técnica do cinema direto, desenvolvida recentemente, pôs bem a descoberto o artificialismo desse processo usado nos documentários posados tradicionais. Mesmo assim e ainda agora, acho que os dados da composição do filme, talvez por serem tão aparentes e declarados, funcionam como a proposição de um jogo, como na obra de ficção, e armam um processo eficiente para apreender e transmitir uma impressão verdadeira, ou pelo menos sincera, sobre o poeta filmado.” Versão em cores do documentário "O poeta do castelo" (1959) de Joaquim Pedro de Andrade com Manuel Bandeira APOIO Revista Voz da Literatura

https://www.vozdaliteratura.com/"

|Do Canal Brasil Colorido: https://www.youtube.com/watch?v=ohlhWFPJf0c

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ÁUDIO DA BBC NEWS BRASIL SOBRE LEITURA PROFUNDA

"Esse tipo de leitura estimula pensamento crítico e capacidade de análise, mas vem sofrendo cada vez mais a concorrência das plataformas digitais.

Ouça áudio de reportagem da BBC News Mundo.

Leia também o texto: https://www.bbc.com/portuguese/geral-...

O BBC Lê foi lançado como podcast que você pode ouvir ou baixar no Apple Podcasts (https://podcasts.apple.com/br/podcast...) e no Spotify (https://open.spotify.com/show/54YV8Rd...)

A lista completa dos episódios nos YouTube está "aqui":   

Curtiu? Inscreva-se no canal da BBC News Brasil! E se quiser ler mais notícias, clique aqui: www.bbc.com/portuguese"

|Do Canal BBC News Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=OIRdWcfcZE4

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COMO CRIAR O HÁBITO DA LEITURA

De modo simples e agradável, o professor Leandro Karnal comenta sobre a formação do hábito da leitura, com dicas que qualquer pessoa pode tentar.

|Vídeo do Canal Venha Saber: https://www.youtube.com/watch?v=7ITCSo2QG2E

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SAUDADE

Le Printemps (1857) - Charles-François Daubigny

É tanto silêncio.

E, ainda assim, não:

em redor, a vida natural

explode, devagar, agora

                        e todo dia.

Inda hoje, anos adiante,

é floresta e rio este lugar.

Será?

A certeza é que a moça, não!

Não está mais aí cuidando da vida.

O céu, o mesmo e outro, azul e nuvem,

testemunhou, pela última vez, seu olhar.

Quando foi?

Alguém sabe?

Outras primaveras chegaram.

E outras e outras. Muitas.

Flores longe daquelas mãos.

Longe, longe, muito longe!

Saudade.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

O Deserto

Um Dia Só

Até o Júbilo Desfazer-se em Suspiros

O Preço da Passagem

Enquanto o Sisal Amadurece o Tempo

Tudo é Vão no Fragor de Todas as Guerras

Enquanto o Vento me Rumina

Ao Fim da Tarde

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O DESERTO

Dawn in desert (1852) - Aleksey Savrasov

O deserto é vazio

     do que somos.

Repele nossa rotina,

exclui nosso signo,

fala, pelo silêncio,

         outra língua,

sua e implacável.

O deserto sugere

o desapego,

      a nudez,

a ideia de todos os inícios.

A noite do deserto

         é mais única:

          um pássaro,

se o houver,

a atravessa,

fogo-fantasma

de vida resistente

no limite do limite,

fora do que aprendemos.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

Neste Sábado de Cinzas

Vinho Branco

Sons de Um Calendário Perdido

Imaginar Azuis

Canção ao Vento

Deleite Infinito de Bem Existir

A Onda

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A ONDA

The Wave (1880) - Albert Bierstad

A onda,

se grande,

estronda.

Sobre a pedra

a forma de espuma

                       e som.

Verde/Azul,

se sol há.

Outra cor,

ou sua falta,

se não.

A onda me leva

e me traz,

me repete o olhar.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

Sua Imagem Plantada no Silêncio

Uma Gaivota Repentina

Secretos Silêncios

Aquele Instante Antes da Chuva

De Mãos Vazias

Ásperos Ruídos

Borboleta

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DELEITE INFINITO DE BEM EXISTIR

The Ice Birds (1891) - Emile Claus

Num filme,

estranhos de sua natureza,

vi-os, os pássaros de gelo.

Súbito, ei-los

na branca luz

do que é forte,

como se sempre

           pudessem

ali estar,

eterno entusiasmo de ser,

deleite infinito de bem existir.

|Autor: Webston Moura|

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Leia outros poemas do autor:

Objeto Barato

Benigno Vazio

No Sigilo dos Lábios

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