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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

ECO




Não há eco no passado
reverberações quem sabe

o som desloca ares
desmancha montanhas
sepulta histórias

arqueólogo preocupados
devassam a memória

levam ao museu
a cabalística prova
do amor sepultado.

(Pedro Du Bois, inédito)

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Poema anteriormente postado no blog do autor: https://pedrodubois.blogspot.com/

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Leia também:

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

DOIS TRECHOS DA ESCRITA DE PEDRO DU BOIS



Nascido
nato
neto de quem não conheço
rebento a bolsa
e espalho Líquido
onde me encerro.

           Estou pronto
           na imensidão do pranto.

Sou o choro
do desaparecimento.

Vindo de todas as partes
reparto minha inconsciência
ao alvor dos dias
                    amanhecidos.

(o pão dormido)

                em auras descoloridas.

    A chuva lava a terra
    a chuva leva a terra
    a chuva aterra

Desintegrado em glórias
levadas ao mínimo exigido

              ressurjo em lembranças
              - anotações
                e desenhos
trançadas sombras de diálogos
            extensivos aos contratempos.

Honro o lugar desocupado
em desculpas: esfarrapo palavras
                              balbuciadas
                                ao vento.

[...]

│Excerto da secção “O suportável hábito de me fazer ausente”, p.39-40, do livro Limites e outros exageros: e alguns poemas (Projeto Passo Fundo, 2019, de Pedro Du Bois: http://projetopassofundo.com.br/.

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Em mim contemplo quem deteriorado
em erros contém o exagero:

                amo na paisagem
                o horizonte
                limitador
                da forma.

Antevista no reflexo
sei a idealização da fera.

De onde venho trago
a indefinição do amor
ressentido em paixões.

O intransitável na forma
construída em embates: minha
consciência no esforço
de me fazer traição
                  e medo.

- inverno –

    Sou invenção teórica do inexistente.
    Habitante contumaz de salões
    em luzes abaixadas no extremo
    do reconhecimento.

                    Texto inconcluso
                    de pontos finalizados
                                em destempero.

│Excerto da secção “O animal insaciável”, p. 157 do livro “Limites e outros exageros: e alguns poemas” (Projeto Passo Fundo, 2019), de Pedro Du Bois.


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Leia também:
- CHAMAS
- Importância
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http://pedrodubois.blogspot.com/

CHAMAS



http://projetopassofundo.com.br/



Os candelabros acesos
a janela aberta à noite: estranhos sentimentos
cruzando o espaço. Na terra úmida a estrada
se desfaz em passos. A chama trêmula
se oferece ao vento. O ar se rarefaz
consumido pelo fogo. Fechada a janela
oferece a paisagem interior.


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FLAMES

The lit candle holders
an open window at night: strange feelings
crossing spaces. On the moist earth the road
crumbles into steps. The trembling flame
offers itself to the wind. The air rarefies
consumed by the fire. Closed window
offers inner landscapes.


[Tradução de Marina Du Bois, que traduziu todos os poemas do livro para o inglês]


│Poema constante de Imagem & Reflexo (Projeto Passo Fundo, 2018), de Pedro Du Bois.


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Leia também:
● IMPORTÂNCIA
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domingo, 15 de dezembro de 2019

IMPORTÂNCIA


Penso na importância
dada aos fatos
(agora) irrelevantes

lembrados momentos
decisivos: risíveis
                   agora

- água turva da sujeira
  entornada ao poço -

restada importância
pela mediocridade
na vida diária
das miudezas
que dão sentido.


│Autor: Pedro Du Bois - http://pedrodubois.blogspot.com/



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Outros poemas de Pedro Du Bois:



│Resenha de W.J. Solha sobre livro de Pedro Du Bois:

│Resenha de W.J. Solha sobre livro de Pedro Du Bois:

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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

DOIS POEMAS DO NOVO LIVRO DO PEDRO DU BOIS


http://www.projetopassofundo.com.br/




Alguém descobre que as cores
atuam sobre os sentimentos: pintam
a sala de jantar
           de amarelo
           e o quarto
           de azul
           e o banheiro
           de verde: despintam o demônio
em cores retiradas do arco-íris.

Ao branco dizem significar
abstrações. O descolorido
envolve sentimentos
no que se faz anódino.

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Amo a inconsistência da chuva
no endurecer palavras. Contenho ternuras
no embasar discursos. No ultrapassado
recrio imagens: habito ocasiões
indiferentes. Olho apenas

o confortável: resseco dizeres
em reencontros. Desdigo adeuses
em divindades. Ao obstáculo
dirijo gestos de desconfiança.


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Poemas constantes de Tristeza & mínimo e a menor parte, de Pedro Du Bois, Projeto Passo Fundo, 2018. Pedro mantém o seguinte blog: http://pedrodubois.blogspot.com/. Para ler outros poemas do Pedro neste blog, clique [aqui]

SERVIÇO:
Tristeza & mínimo e a menor parte (poemas)
Pedro Du Bois
Projeto Passo Fundo

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

SONHOS

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Alguns sonham o momento
                         o passado
                         o futuro

     alguns sonham o instante
                  em fulgurantes astros
                  cadentes em nuvens

alguns sonham a volta
                         na revolta
                         do mar revolto
                         amainado em brisas

alguns sonham a verdade
                             no espaço
                             das desculpas

alguns sonham que são felizes
                            e se realizam
                               ao acordar.

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DREAMS

Some dream about the moment
                                 the past
                                 the future

    some dream about the instant
               in flashing stars
               shooting in clouds

some dream about the return
                              in the revolt
                              of the rough sea
                              fallen in breezes

some dream about the truth
                             in the space
                             of apologies

some dream that they are happy
                           and it takes place
                                   upon waking.

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Poema do livro Imagem & Reflexo, de Pedro du Bois e Marina Du Bois (tradutora dos poemas para a língua inglesa), Projeto Passo Fundo, 2018 [http://www.projetopassofundo.com.br/]. Pedro De Bois mantém o seguinte blog: http://pedrodubois.blogspot.com/.

Para ler outros poemas do Pedro neste blog, clique [aqui].