quinta-feira, 8 de novembro de 2018

SOBRE O EDUCADOR PAULO FREIRE


Paulo Freire, um honrado brasileiro.




Este blog não é para estas coisas, mas eu, o administrador, resolvi postar aqui mesmo. Vamos lá! Do perfil do professor Rudá Guedes Ricci, no Facebook, retirei o que se vê abaixo:

“Paulo Freire acabou com o nosso ensino”

Engraçado; ele não acabou com o da:

Austria - Instituto Paulo Freire

Alemanha - Paulo Freire Kooperation, Oldenburg

Finlândia - Paulo Freire Center

Holanda - Centro Paulo Freire, Vrije Universiteit Amsterdam

Portugal - Instituto Paulo Freire 

África do Sul - Paulo Freire Project, University of KwaZulu

Inglaterra - Freire Institute, University of Central Lancashire

Estados Unidos - Paulo Freire Democratic Project, Chapman University

Canada - The Freire Project

DOIS POEMAS DO NOVO LIVRO DO PEDRO DU BOIS


http://www.projetopassofundo.com.br/




Alguém descobre que as cores
atuam sobre os sentimentos: pintam
a sala de jantar
           de amarelo
           e o quarto
           de azul
           e o banheiro
           de verde: despintam o demônio
em cores retiradas do arco-íris.

Ao branco dizem significar
abstrações. O descolorido
envolve sentimentos
no que se faz anódino.

..............................................


Amo a inconsistência da chuva
no endurecer palavras. Contenho ternuras
no embasar discursos. No ultrapassado
recrio imagens: habito ocasiões
indiferentes. Olho apenas

o confortável: resseco dizeres
em reencontros. Desdigo adeuses
em divindades. Ao obstáculo
dirijo gestos de desconfiança.


_________________________
Poemas constantes de Tristeza & mínimo e a menor parte, de Pedro Du Bois, Projeto Passo Fundo, 2018. Pedro mantém o seguinte blog: http://pedrodubois.blogspot.com/. Para ler outros poemas do Pedro neste blog, clique [aqui]

SERVIÇO:
Tristeza & mínimo e a menor parte (poemas)
Pedro Du Bois
Projeto Passo Fundo

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O RIO QUANDO O SABÍAMOS


Não vá para o fundo, dizia a mãe.
O rio, que passava dentro da cidade,
nem estava tão cheio, pois era o tempo de estio.
Mas, continha água suficiente para nós,
pequenos aventureiros de cada manhã.

Íamos, mas não no perigo.
Exceto uns, por vocação de desobedecer,
atreviam-se e subiam em árvores à beira do rio,
na parte em que havia poços, diziam, água escura, funda.
Pulavam e faziam algazarra, mergulhavam, eram ágeis.
De longe, nós, os mais quietos, não os invejamos.
Gastávamos o tempo no fazer-nada que a água dá,
além de buscarmos, aqui e ali, piabas e outros bichinhos.

Do outro lado do rio, uma comunidade,
gente ainda mais pobre, sem luz elétrica,
sem água encanada, sem filtros de barro,
enfim, com muitas ausências,
mas sem graves tristezas.
Sorriam para nós enquanto passavam.

Sempre olhávamos o sentido da corrente,
para onde o rio se findava nalguma curva.
Que outros povos encontrava?
Que outras histórias percorria?

Disso tudo,
o rio interno que carregamos espelhado naquele,
águas que se foram e que voltaram
quando não estávamos mais lá.

Hoje,
perdendo tempo enquanto podem,
há crianças no rio,
naquele
ou no que dele restou?


│Autor: Webston Moura│

PEQUENA HISTÓRIA PARA ESPÍRITOS INFANTIS


Fomos buscar um não-sei-quê no mato, atrás da casa.
Já era noite, cedo ainda, mas noite,
o que, para crianças que éramos, irmãos pequenos,
havia de ter algum mistério.
Nosso pai nos levou, meio que subitamente,
como alguém que sabe, por experiência,
que crianças assuntam uma qualquer aventura,
ainda mais se é pela mão do pai,
num tempo onde pai era tudo.

Nada vimos, além da noite,
a escuridão, ela mesma o mistério:
paisagem ora parda, ora cinza;
pássaros no esconso, grilos e estrelas.

Concluímos, por uma razão de criança,
de o inusitado ter sido o pai
e seus comandos a nós,
uma fila indiana seguindo uma trilha,
acreditando desbravar algum eldorado
ou expulsar seres imaginados só por nossos extremos.
Fizemos, contra a rotina,
nossa pequena história de um pedaço de noite
que se vai perdido, exceto por este relato.


│Autor: Webston Moura│