Uma
pessoa, seu trânsito:
conter o
infinito no finito.
Sou uma
pessoa de carne e osso,
e o
tempo me atravessa.
Eu,
ínfimo-um, percorro
a história
que me faço,
aparentemente
só.
Moro na
presença que
me desfruta
a fala, o olhar,
as
manhãs que, por lembrança,
ainda
são, mas que já se foram.
Sofro
impasses e risos.
É de
lei que assim o seja:
oscilar
entre oblíquos
e
saúdes; suportar
a asa
que sustém
o peso
de toda a alma
que carrego.
Sou de
um tempo desistorizado,
tempo em
que os homens já não andam
desarmados
de argumentos e cobranças.
Quando
meigo e reclinado no leito de um céu,
desejo o
sweet-kitsch da canção que,
entre
rosas vermelhas e domadas,
derrama
coelhos num dia de abril.
Quando
crasso, mergulho cavalos
em
ruivos prados; vou-me
para o
lado de dentro do véu,
onde a
palavra ainda é virgem.
E
desconfio de que o amanhã
revelará
apenas a novidade já sabida,
a de que
o mundo não mudou
e isso
aconteceu enquanto eu partia
de um
dia para o outro,como num rosário.
│Autor: Webston Moura │
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