quarta-feira, 27 de abril de 2016

Dormir



Estou adormecido
em sonhos recorrentes: o medo
eleva meu corpo sobre o telhado
                               e o sentimento
                               da irrealidade
                               suspende a ideia
                               de estar avivado.

Sou na igualdade o trunfo
oposto no aspecto
do homem adormecido
em si mesmo.




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# Poema constante de "Iguais" (Projeto Passo Fundo, 2013 - LINK: http://goo.gl/p8360A).


# LEIA TAMBÉM:



Pedro Du Bois, poeta e contista. Passo Fundo, RS, 1947. Residente em Balneário Camboriú, SC. Vencedor do 4º Prêmio Literário Livraria Asabeça, Poesia, com o livro Os Objetos e as Coisas, editado pela Scortecci Editora, SP. Tem publicado pela Corpos Editora, Portugal, A Criação Estética; Pela Sarau das Letras, Mossoró, RN, Seres; Pelo Projeto Passo Fundo,Brevidades, Via Rápida, Iguais e Em Contos; Pela Editora Penalux, O Senhor das Estátuas. Blog [http://pedrodubois.blogspot.com.br/].

terça-feira, 26 de abril de 2016

ESTIAGEM

I

Esta pele de peixe
resseca ao sol

(quando levaram,
daqui, o mar?)



II

Mas, vejam, sob o pó
arrasta-se a respiração

No fundo do corpo
encolhe-se a umidade



III

Vive ali um oceano
vasto azul voraz

E, notem, a morte
não soube o seu nome


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│Autor: Alberto Bresciani
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FLORES PARA COIMBRA

Que mil flores desabrochem. Que mil flores
(outras nenhumas) onde amores fenecem
que mil flores floresçam onde só dores
florescem.

Que mil flores desabrochem. Que mil espadas
(outras nenhumas não)
onde mil flores com espadas são cortadas
que mil espadas floresçam em cada mão.

Que mil espadas floresçam
onde só penas são.
Antes que amores feneçam
que mil flores desabrochem. E outras nenhumas não.



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# Poema constante de “30 Anos de Poesia” (Dom Quixote, 1997)

│Autor: Manuel Alegre

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