Lilian,
nome interno à pulseira.
Enrolado
nela, um escapulário.
Levou
a bolsa; o ônibus é rápido.
Não
havia ninguém neste ponto.
E
tudo isso é um acaso.
A pressa produz infortúnios desses
A pressa produz infortúnios desses
às
moças de pulseiras e escapulários,
moças
que pegam ônibus
e não sabem da maquinaria dos acasos.
Com isto às mãos,
Com isto às mãos,
é como desbravar um mistério.
Advinha-lo,
seria mais certo dizer.
De
posse disso, sou o personagem de um romance policial,
aquele
que vai descobrir Lilian e salvá-la das mãos dos facínoras.
Sua
pulseira e seu escapulário são, na verdade,
disfarces de algo maior.
disfarces de algo maior.
(Minha
intuição nunca falha).
Mas, a bem da verdade,
Mas, a bem da verdade,
lembro-me
de que tudo
é
apenas um acaso
e
que eu mesmo,
como
Lilian e seus objetos,
sou
mais uma coisa perdida na cidade,
esta
fábrica incessante de possibilidades,
inclusive
acasos muito bem orquestrados em pontos de ônibus.
│Poema da Série "Objetos Perdidos" - Autor: Webston Moura│
│Poema da Série "Objetos Perdidos" - Autor: Webston Moura│
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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