Não era bem meu interesse fazer aquilo. Desde que me entendo por gente, sou assim um tanto desligado, mais pensativo que prático. Mas ali estava eu, manhã já findando, os meninos jogando, a bola correndo.
Ficamos, uns poucos, depois que a aula acabou. Era o horário da manhã. A escola, que era grande, com espaço de sobra, era também agradável. E permitia que ficássemos, ainda que fosse além do horário. Se não sempre, mas aqui e ali, permitia.
Alguns colegas me chamaram para jogar futebol. Eu aceitei ficar e assistir, não prometi jogar. E assim procedi.
Atrás da sala de aula, havia umas árvores que davam boa sombra. Era perfeito, então, para pessoas da nossa idade, algo entre 8 ou 9 anos, brincarem. O jogo começou e se seguia. Até que insistiram em me chamar, de novo. Topei.
Acho que tinha era vergonha, timidez, por não ter ido antes. E, para minha surpresa, já não me saí mal. Ou seja, eu tinha coordenação, boa visão de espaço e de jogo, espírito de equipe, enfim, era, no mínimo, útil.
Depois de algumas partidas, aproximando-se do horário da tarde, encerramos, satisfeitos, embora tivéssemos ainda muito gás para gastar. Éramos crianças, tínhamos muita energia. Mas já era hora de terminar.
Fomos para casa, e eu, especialmente, sentia-me iniciado naquela novidade, o futebol, o esporte que, outras vezes, iria me alegrar e me congregar com aqueles que fariam a minha infância um pouco mais feliz.
Aquele ano, em especial, foi também quando aprendi a andar de bicicleta, mas isso é assunto para outra história.
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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