Não sei disso o alfabeto, o caminho, a sinalização clara que diga para onde. Não sei disso mais que o estalo no ar, a presença viril, como um caju no cajueiro ou um lagarto sobre uma rocha. Não sei disso a reentrância do desejo, a intimidade molhada das coisas que, só íntimas, assim o são. Não sei disso de tomarmos café juntos e partilharmos as derrotas ou as conquistas. Disso sei como sei do andar da mulher na rua, pisando com sua elegância o olhar de quem estanca o passo e observa, sem revelar o coração ou o passado. Disso sei como quem sabe de um leopardo prata no escuro da noite, correndo, sozinho, total.
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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