Por minha mão,
o movimento:
friccionar
o fósforo.
E ver sua breve explosão,
um átimo
de vida,
o qual
fisgo e,
em
seguida,
perco.
Resta-me
o resíduo.
E do
mais que a vida oferece
─
nascer, forçar, fender,
abrir-se
à luz, amar e execrar,
descobrir
e cegar ─,
o que
assim não é senão
fósforo
estalado contra o ar,
prodígio
e trivial juntos?
Vão-se os
dias e os calendários:
o espelho,
áspera delicadeza, informa.
Com as
mãos, seguro a areia,
que foge;
com os olhos, a luz,
que me
entontece; com os objetos,
todos os
passados, que ninguém lembrará.
E os
significados de uma vida assim se bastam.
(Numa
foto, um pé de zimbro
e um
lugar onde nunca estive).|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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