segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Ponto



Points (1920) - Wassily Kandinsky



Ponto:
diminuta coisa
em que se pensar.

Uma nódoa,
sal, seu grão,
cisco no vento.

Um nome que se foi,
silabas desfeitas na acidez do tempo.

Tempo.

Longe, o cais em que um adeus se pôs
- sol ao fundo, crepúsculo -
e nunca se decompôs.

Um nome,
restos de um,
madeira corroída
pela intempérie,
a sombra de alguém,
               ausência,
  canção no inverno.

Ponto:
retrato que se apaga,
novilha perdida na mata,
carta extraviada,
lágrima.





|Autor: Webston Moura|

.................................................
Leia outros posts:


.....................................................................
Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Araibu e Só Um Transeunte.
..............................................................................


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caso queira, comente!