Existem canais de TV que transmitem notícias 24 horas por dia. E, para completar, ainda há aqueles momentos que reúnem comentaristas em torno de um assunto, leriando sem parar, numa miríade de interpretações e pormenores que, ao fim, desnorteiam completamente o telespectador, deixando-o nervoso e aturdido.
É jornalismo, então é serviço, como se costuma dizer. Mas, se pensarmos melhor sobre o significado de "serviço" e compararmos o resultado com nossos estados emocionais, após assistirmos à essas "maratonas de informação", chegaremos à conclusão que aquilo não nos serve, no sentido de nos prestar um serviço que resolva algum nosso problema. Assim sendo, é estranho chamar tal trabalho de serviço.
Dar conta de acontecimentos o tempo todo, é que nos leva à ideia de uma realidade drástica e inesgotável, sem pausa para descanso, sem espaço para se pensar - ou se sentir - coisa alguma a mais. Ilusoriamente, até por conta de um condicionamento que sofremos à vida toda, podemos considerar que ali, "comendo" toda informação possível, estaremos menos alienados e, portanto, mais preparados para enxergar a realidade. Mas, a meu ver, não é bem isso o que acontece.
Os fatos aos quais tal imprensa se reporta são, em geral, ruins, dolorosos, o que, nas pessoas responsáveis e ditas conscientes, causa ansiedade, incerteza, medo, angústia, enfim, toda a sorte de sensações ruins. Sem falar que conduzem a imaginação para uma limitação aonde o indivíduo se encerra e adoece, desesperançoso e amargo.
Ninguém precisa de tanta notícia, muito menos de tanta opinião. Podemos, portanto, deixar de lado esses canais ou, se preferirmos, restringi-los, diminuindo a atenção que temos dado, abrindo espaço nas nossas vidas para outras atividades ou, simplesmente, para o descanso, para a desintoxicação que necessitamos.
|Autor: Webston Moura|
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|Imagem: Google Images
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