Por medo, perdeste o passo do tempo
e o diálogo com a novidade.
Perdeste, também, o olhar
do antigo, a casa da infância
na moldura agora espatifada.
Por medo, criaste um mundo de assombrações,
às quais chama de amigos e conselhos,
lançaste ao fogo teu instinto e a tua luz,
afogando em ansiolíticos e álcool
o que restou da tua alegria e dos teus sonhos.
Por medo, andejas na noite da casa que habitas,
não menos estranho que os bichos que se escondem
nas paredes e na ilusão que teus fantasmas criam.
|Poema da Série "Medo" Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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