Este,
sem janelas, apartado da casa,
no fim
do quintal, pequeno, três por dois.
Para os dias de lua, dirá
seu solitário morador.
Coloca
uma cadeira fora, protege-se do sereno,
escuta
música e, de longe, alguma voz vizinha.
É um
lugar de guardar, o quarto, este, modesto e bom.
E
ninguém, assim na pressa, saberá do que nele se sonha.
Aquele
pôster da Marlene Dietrich é por ela, claro,
mas é
também por alguém de menos notoriedade
e não
menos beleza; um dia no passado, o tempo voa.
A lua
está cheia,
a
madrugada vem.
Hoje,
porém, só a porta aberta,
o azul
entrando, névoa, ninho.
(Pouca gente sabe de apenas estar.
Estar presente na própria vida.)
│Poema
da Série “O Quarto” – Autor: Webston Moura│