Não há muito que se ver, a mobília é enxuta.
Um
vaso, flores, tudo arrumado e simples.
Uma Bíblia na cabeceira, um crucifixo na parede.
Entra-se,
com calma; com calma, sai-se.
Há uma
despedida em cada visita.
Cada
objeto já se pronuncia ausência.
Aqui
não mais jaz uma vida à espera de mais vida:
quarto
de um avô, doença adentro, contagem regressiva.
Em seus últimos suspiros,
um domingo cinza.
│Poema
da Série “O Quarto” – Autor: Webston Moura│