Amor é,
não possuí-lo: amor, vivê-lo.
Possuí-lo
é desvendá-lo. E amor ― verdade,
beleza,
poesia,― sarça ardente,
é
refratário a toda matemática.
Amor é
sol que não se vê mas queima.
Ave,
não canta, mas lhe o canto ouvimos,
― mas
de um outro entender, que só de ouvidos
da alma
é ouvir cantigas represadas.
Sol e
ave. Mas, ave, é um sol que brilha.
Queimar-se
dele. Por suprema graça,
ver-lhe
do espectro as invisíveis cores.
Jamais
situá-lo, em tosca astronomia.
Pesquisá-lo
é destruí-lo. Amor, portanto:
queimar-se,
e só, sem mais filosofia.
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# Constante de Sonetos de bolso: antologia poética (Thesaurus, 2013)
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Anderson Braga Horta – Nasceu em Carangola, MG, em 17/11/1934. Radicado em Brasília desde 1960. É poeta, contista, ensaísta e tradutor. Poesia: Altiplano e Outros Poemas, Marvário, Incomunicação, Exercícios de Homem, Cronoscópio, O Cordeiro e a Nuvem e O Pássaro no Aquário, publicados entre 1971 e 2000; Fragmentos da Paixão: Poemas Reunidos, Pulso e Quarteto Arcaico, 2000; Antologia Pessoal, Brasília, 2009; Elegia de Varna (bilíngüe), trad. de Rumen Stayoanov, Sófia, 2009; Signo: Antologia Metapoética, Thesaurus, Brasília, 2010; De Uma Janela em Minas Gerais ― 200 Sonetos, Guararapes, EMG, 2011; De Viva Voz, Thesaurus, Brasília, 2012.
Anderson Braga Horta – Nasceu em Carangola, MG, em 17/11/1934. Radicado em Brasília desde 1960. É poeta, contista, ensaísta e tradutor. Poesia: Altiplano e Outros Poemas, Marvário, Incomunicação, Exercícios de Homem, Cronoscópio, O Cordeiro e a Nuvem e O Pássaro no Aquário, publicados entre 1971 e 2000; Fragmentos da Paixão: Poemas Reunidos, Pulso e Quarteto Arcaico, 2000; Antologia Pessoal, Brasília, 2009; Elegia de Varna (bilíngüe), trad. de Rumen Stayoanov, Sófia, 2009; Signo: Antologia Metapoética, Thesaurus, Brasília, 2010; De Uma Janela em Minas Gerais ― 200 Sonetos, Guararapes, EMG, 2011; De Viva Voz, Thesaurus, Brasília, 2012.
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