I.
Há de
ser mais bonito o mar que nunca vi ―
essa pátria
que é a minha!:
nunca
pude mesmo
ir-me
destas singelezas
(espoletas
do ínfimo, diria um fazedor de amanhecer).
Eu,
neste tempo presente,
vivo é
porque anda esta mão minha
por
desassentar a crueza da luz
sobre a
sofrência em que vamos
uns
irmãos com os outros
e a
mudá-la em cor de tingir poesia.
Mesmo
pegado do pouco delírio que lhe vou a dar,
meu verbo
navega
(pobrezito
na barca sua em que vai)
para além
da tristência de agora-aqui.
II.
É-me um
estranho solo este
dos homens
desconstrutores das sonhações ―
desaceito
a veemência de suas arcarias;
bebo-me
nas coisas por outra ordem.
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# Constante de A Selvagem Língua do Coração das Coisas (Realce, 2005)
│Autor: Dércio Braúna │
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...bebo-me nas coisas por outra ordem. Nada mais absoluto. Excelente. Abraços. Pedro.
ResponderExcluirGrato, Pedro! Abraços!
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