suas arestas
são gumes:
não de
cortar epiderme, mão nua;
são
gumes que cortam antes
(no
haver entre a mão e a pedra),
cortam no
instante estrito
(à
guisa do feitio de um cão
lançando-se
à espoleta)
em que
o olho
se
desaba sobre a esquálida arquitetura
dos
meninos mineiros,
seus
apanhadores
(que
trazem a infância
tão perdida
―
funda ―
quanto
a conta dos mortos
ficados
sob terra
gritando
às oiças dos vivos).
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Constante de A Selvagem Língua do Coração das Coisas (Realce, 2005)
│Autor: Dércio Braúna │
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