Tu
não ouves Debussy.
Da
torre em que te encastelas,
palavra
por palavra,
todas maldizentes,
nada há que seja ouvidos.
E sei
que a roupa que vestes,
transida
de dor,
extensão
da tua pele,
diz de
barcos que não voltaram;
sangra,
por suas cores em fuga,
os
amores de nunca.
Sim, tu
não ouves sequer
o próprio
coração,
o resto
de pulso
que te
cabe
da
parca alegria de um ainda.
Quando
muito, resíduos de um rosto
que se
bate ao espelho e chora:
a
imagem arvorada e sumidoura
dos que
não ouvem Debussy.
│Autor: Webston Moura │