Mostrando postagens com marcador W.J. Solha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador W.J. Solha. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

A INTELIGÊNCIA DO SOLHA



W.J. Solha



Waldemar José Solha, mais conhecido como W.J. Solha, é escritor, cordelista, ator e artista plástico. Nascido em Sorocaba, SP, em 1941, é radicado em João Pessoa, PB, desde 1962.

O website do Carlos Romero tem em seu acervo uma infinidade de textos do Solha, análises, comentários, memórias, tudo muito interessante. E, indo até o final da página, pode-se clicar em "+antigas" que tem mais e depois mais.

O endereço direto é este: https://www.carlosromero.com.br/.

Quem se interessa por uma inteligência aguda, digo: vá lá e deleite-se!


.....................................................................
Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
..............................................................................


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

"ESTA SOLIDÃO ABERTA QUE TRAGO NO PUNHO" [Resenha)






por: W.J. Solha,
em seu perfil no Facebook,
em 27/08/2019


Acabo de ler um livro MUITO estranho – ESTA SOLIDÃO ABERTA QUE TRAGO NO PUNHO, do cearense Dércio Braúna – Deleatur Editorial, 2019. Na verdade, DOIS livros: AQUI, JUNTO À CASA DA SENHORA DE HERBAIS – narrativa em XLVI partes; e POR ENTRE AS SOMBRAS, PERGUNTAR AINDA PELO MAR – com quinze poemas. O impacto foi tão forte, com o primeiro deles, que vou deixar pra digerir o segundo noutra ocasião. Foi mais ou menos o que me aconteceu quando recebi, quando vivia em Pombal ( entre 63 e 70), um disco da poderosa obra pra órgão - Tocata e Fuga em Ré Menor - , de Bach, tendo - do outro lado - a delicada Chacona – também dele - pra solo de violino. Extasiado pela Tocata, somente fui perceber a maestria da Chacona... muito depois. OK.

Mas como Santo Agostinho ao dizer que se não lhe perguntassem o que era o Tempo, ele sabia do que se tratava, mas se lhe perguntassem – nem pensar, a verdade é que não tenho o instrumental necessário pra ir fundo no primeiro livro. Porque jamais li nada de Mia Couto, nem da “Senhora de Herbais”, nem do Prémio Camões de 2007 - Lobo Antunes, e infelizmente AQUI, JUNTO Á CASA DA SENHORA DE HERBAIS, deriva diretamente, parece-me, de duas pesquisas de Braúna: a que fez em 2011 “sobre questões pós-coloniais a partir da obra do escritor moçambicano Mia Couto”, pra seu mestrado em História Social pela Universidade Federal do Ceará, e a que – doutorando pela mesma UFC – faz agora sobre as relações entre História e Literatura , com foco no pensamento sobre a História na obra de Saramago. A narradora de Braúna é portuguesa e seu pesado sutaq´h é tão carr´gado quant´u u d´ meu avô – Joaquim Solha – sempre muitíssimo pr´sente em minha m´mória. Mas tem mais: como diz o autor nas considerações finais, “sua escrita tem duas imensas forças-moventes”. Sua “alma-fulgor”, a escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol (1931-2008), com seu “pacto de inconforto, e pesa, também, uma dívida com o também lusitano Antonio Lobo Antunes, nascido em 42, hoje aos 77 anos, Prémio Camões de 2007, dívida com seu “ modo de fazer dos signos pretextos de superfície, a fim de, através deles, conduzir ao fundo avesso da alma”.

domingo, 14 de maio de 2017

COMO CAVALOS FATIGADOS ABRINDO UM MAR


por: W.J. Solha

Embora DÉRCIO BRAÚNA pegue a imagem de outro poeta, seu título me remete aos CAVALOS BRANCOS DE NETUNO do art nouveau WALTER CRANER, como se vê abaixo. Esse SEU NOVO LIVRO, da editora Radiadora, 2017, revela enorme salto de qualidade em relação a suas obras anteriores. Assumindo um tom bíblico – ancorado no Gênesis, Salmos, Eclesiastes e Cantares de Salomão – alcança muitos momentos de grande beleza. Sublinhando, sempre, o que apanha de outros criadores, faz uma “costura de vozes e desassossegos”, “na voragem doutros gritos, na escuta doutros silêncios”. 

Diz , logo no primeiro poema, o MANUFATURA:
-
Talvez seja mesmo isso:
desde o caos de tudo
( princípio que há de ter sido ) 
que andamos nesta penosa manufatura:
criar um mundo
“pra saber se há deus”
-
Esquisito, Mas o que é a poesia, para ele?
. (...) uma exploração ao redor, / e é um latejo/ ardendo de dentro /do veio, / é essa “viagem / da mão a seu duelo, / é palavra que encosta/ “o amor e a pedra”. ]
-
OU SEJA: BRAÚNA NÃO SE INIBE EM PÔR NO CLIMAX DE SUAS POESIAS O MELHOR DO MELHOR DE OUTROS POETAS., POIS O QUE LHE IMPORTA É CHEGAR ONDE QUER. Em DA CHAMA DO MEU DESESPERO,por exemplo, diz:
- Meu desespero/é este nunca saber/ se na carne irascível e verbal do poema/ se acendeu/ “o intenso fogo devorador das coisas
-
SUPONHO QUE ISSO SEJA ALGO NOVO. 
 Ele diz, em DO MAR ROXO DE JERUSALÉM, 
- Nomes e mais nomes, / mortos e mais mortos:/ e quem os pronuncia/ relincha,/ não se cala/ ( não se pode calar), / como “cavalos fatigados que cruzam um mar roxo.”
-
SOBRE AS TRADUÇÕES, DIZ, NO GENIAL “POR SOBRE AS CERCAS”:
- “O Poema se ofende quando o traduzem” / Mas que fazer? / Por mais que tenhamos tentado, / ainda não soubemos habitar uma Babel feliz, / por isso essas ofensas bonitas, / que se vão atirando contras as cercas do mundo. 
-
DÉRCIO BRAÚNA É FANTÁSTICO QUANDO DIZ ( atentem para isto):
- Escrevo porque estou aqui, diante do desastre.

____________________
SERVIÇO:
Como cavalos fatigados abrindo um mar
Dércio Braúna
Editora Radiadora (Fortaleza-CE)
e-mail: radiadora@gmail.com
fone: 999442220
___________

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

DEUS E OUTROS QUARENTA PROBLEMAS (Excerto)




Gênio, não tenho.
Me empenho.
Essas palavras me soam
como “Os morcegos não são aves
mas
voam."


Como evitar, porém, que o poema seja um rio não mapeado, que a vereda cruze... e saia seca do outro lado? Como fazer com que, criado, ele cause a sensação, anterior, de que faz falta, como ao Corcovado faz ─ no Rio Antigo ─ o Redentor? Como criá-lo com a naturalidade com que laranjeiras dão laranjas, e os jardins, em seus delírios, cravos, orquídeas, cachos de lírios, a força da natureza irrompendo, sem planos, com o mesmo ímpeto da Torre do Diabo, ao vir do chão, gigantesca, nos Estados Unidos, há 40 milhões de anos? Sinto-me, no entanto, levado pelo mesmo impulso ─ primitivo, um tanto técnico, artístico, prático, místico ─ dos que ergueram o grande círculo de Stonehenge além das possibilidades e meu problema começa justamente quando não consigo  sequer definir esse... xis ─ versátil, esperto, cheio de êxtases, paichões e ezageros sem nékso, incerto ─ que assume o... compromisso de fazê-lo, aqui, nesta humana, precária, caixa craniana?


_______________
NOTA DO BLOG:
1. A forma como o texto está disposto difere um pouco do original no livro, mas sem perda qualquer para o sentido que o autor dá. O livro em questão é de uma riqueza e uma graça imensas, como é comum aos escritos do W.J. Solha. O excerto é do texto UM, páginas 29/30. O livro pode ser adquirido aqui: EDITORA PENALUX.

..................................
● W.J. Solha está na segunda edição de Kaya [revista de atitudes literárias]:

│Autor: W.J. Solha